Efeitos do betabloqueador Bucindolol nos tecidos pulmonar e cardíaco expostos à ativação sustentada do sistema nervoso simpático

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Seolin, Bruna Gazzi de Lima
Orientador(a): Belló-Klein, Adriane
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/196675
Resumo: Objetivos: Verificar o papel do bucindolol, um bloqueador adrenérgico β1, β2 e α1 e agente simpatolítico, sobre a disfunção endotelial e remodelamento vascular pulmonar em ratos Wistar com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP) (estudo in vivo), bem como sobre vias de sinalização para hipertrofia/sobrevivência e morte celular em células cardíacas H9c2 expostas à noradrenalina (estudo in vitro). Materiais e Métodos: No estudo in vivo, os animais foram divididos nos grupos: controle (CTR), monocrotalina (MCT), controle+bucindolol (CTR+BCD) e monocrotalina+bucindolol (MCT+BCD). A HAP foi induzida através de uma única injeção intraperitoneal (i.p.) de monocrotalina (60 mg/kg). Após duas semanas, os animais foram tratados por sete dias com bucindolol (2 mg/kg/dia – i.p.) ou veículo. Ao final do tratamento, os animais foram submetidos à ecocardiografia para avaliação da resistência vascular pulmonar (RVP) e índice de performance do miocárdio (IPM). Os pulmões foram coletados para análise do estresse oxidativo e análises por western blot. As artérias pulmonares foram coletadas para as análises histológicas e de imunohistoquímica. No estudo in vitro, os seguintes grupos foram estabelecidos: controle (CTL), noradrenalina (NE), controle+bucindolol (CTL+BCD) e noradrenalina+bucindolol (NE+BCD), onde as células H9c2 foram incubadas com noradrenalina (10 μM por 24 h) na presença ou ausência de bucindolol (10 μM por 8 h). O western blot foi utilizado para determinar a expressão das proteínas de hipertrofia/sobrevivência, de morte celular (autofagia e apoptose) e para estimar a lipoperoxidação (4-HNE). A citometria de fluxo foi utilizada para mensurar a atividade da caspase-3/7 e as espécies reativas de oxigênio (EROs). Resultados: 6 No estudo in vivo, o grupo MCT+BCD demonstrou menor (32%) expressão do receptor de endotelina-1 A (ETAR) e da razão ETAR / ETBR (62%) quando comparado com o grupo MCT. O tratamento com bucindolol não alterou o estresse oxidativo, determinado pela expressão/atividade das enzimas antioxidantes e lipoperoxidação, e a expressão da enzima óxido nítrico sintase endotelial (eNOS) e diminuiu os níveis de nitrotirosina em homogeneizados de pulmão. O bucindolol foi capaz de melhorar o remodelamento da vasculatura pulmonar no grupo MCT+BCD, reduzindo a RVP (21%) e o IPM em relação ao grupo MCT. No estudo in vitro, o grupo NE+BCD apresentou redução na sinalização para hipertrofia, observada através da inferior expressão/atividade de proteínas como o transdutor de sinal e ativador da transcrição 3 (STAT3), a fosfatidilinositol-3-quinase (PI3K) e a p70 S6 kinase (p70 S6K), quando comparado com o grupo NE. O tratamento com bucindolol promoveu o aumento da autofagia, evidenciado pelo aumento da razão da proteína associada ao microtúbulo de cadeia leve 3 (LC3-II) / LC3-I. O grupo NE+BCD apresentou redução na apoptose em relação ao grupo NE, observada pela diminuição da ativação da caspase 3/7. O bucindolol também foi eficaz em reduzir as EROs e a lipoperoxidação no grupo NE+BCD quando comparado ao grupo NE. Conclusão: O bucindolol foi capaz de atenuar o remodelamento vascular pulmonar através da redução do ETAR e, consequentemente, reduzir a RVP e o IPM em animais com HAP. Além disso, este betabloqueador foi capaz de reduzir a sinalização para hipertrofia e apoptose nas células H9c2, possivelmente por redução do estresse oxidativo. Em resumo, o papel protetor do bucindolol foi demonstrado em ambos experimentos, in vivo e in vitro, em resposta à hiperativação simpática, seja por HAP ou por exposição direta à noradrenalina.