Efeitos do sulforafano sobre o remodelamento do ventrículo direito e estado redox em modelo de hipertensão arterial pulmonar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Conzatti, Adriana
Orientador(a): Araújo, Alex Sander da Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/143610
Resumo: A hipertensão arterial pulmonar (HAP) é uma doença grave, caracterizada pelo aumento na resistência vascular pulmonar, elevando a pós-carga imposta ao ventrículo direito. Na tentativa de compensar o aumento da pós-carga, o ventrículo direito desenvolve hipertrofia, que pode evoluir para dilatação e insuficiência, síndrome conhecida como Cor pulmonale. Alterações no estado redox estão presentes na HAP e estão relacionadas ao remodelamento e insuficiência do ventrículo direito. Desta forma, as espécies reativas de oxigênio podem ser alvos terapêuticos interessantes na HAP. O sulforafano é um fitoquímico que vem sido largamente estudado pelo seu potencial de indução de enzimas antioxidantes. Dessa forma, este estudo analisou a influência do tratamento com sulforafano sobre o remodelamento do ventrículo direito e estado redox em um modelo experimental de HAP induzido por monocrotalina. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Animais da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e aprovado sob o número 26270. Foram utilizados ratos Wistar machos, separados em quatro grupos (n=10-12 animais/grupo): controle (C); Controle + Sulforafano (CS); Monocrotalina (M); Monocrotalina + Sulforafano (MS). A indução da HAP foi realizada por meio de uma dose única de monocrotalina (60 mg/kg – i.p.). O tratamento com sulforafano (2,5 mg/kg i.p.) foi iniciado no 7º dia após a injeção de monocrotalina até 20º dia. Após 21 dias da indução da HAP, os ratos foram anestesiados e foi realizada ecocardiografia, cateterismo e eutanásia dos animais. Os resultados foram analisados através de ANOVA de duas vias e pós-teste de Student Newman Keuls (nível de significância P <0,05). A administração de monocrotalina provocou aumento da resistência vascular pulmonar, resultando em hipertrofia do ventrículo direito, aumento das pressões diastólica e sistólica do ventrículo direito e da pressão média da artéria pulmonar, da +dP/dt e -dP/dt. Dentre as alterações provocadas pela monocrotalina que foram observadas na ecocardiografia, destacam-se a diminuição da fração de encurtamento e da excursão sistólica do plano do anel da tricúspide (TAPSE). O tratamento com sulforafano atenuou o desenvolvimento da hipertrofia cardíaca e o aumento na resistência vascular pulmonar. Os animais MS mostraram uma redução na pressão sistólica (~19%) e na pressão média da artéria pulmonar (~17%) em relação ao grupo M. O TAPSE pode ser considerado um indicativo de prognóstico nos pacientes com HAP e no grupo MS esta variável foi ~17% maior em comparação com o grupo M. As análises bioquímicas no ventrículo direito mostraram aumento na concentração de H2O2 e da atividade da glutationa peroxidase, redução na atividade da catalase e na expressão da heme-oxigenase-1 e uma importante redução na razão GSH/GSSG pela monocrotalina. O principal efeito do tratamento com sulforafano foi a manutenção da razão GSH/GSSG, um indicador do estado redox celular. Os resultados deste trabalho mostraram um modesto benefício do tratamento com sulforafano na função cardíaca de ratos com HAP induzida por monocrotalina, que pode estar relacionado com a manutenção do estado redox celular.