O cuidado como prática e como valor: uma proposta de ética jornalística feminista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nickel, Barbara
Orientador(a): Fonseca, Virginia Pradelina da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/234811
Resumo: Diante do cenário de hiperconcorrência e das múltiplas crises que o jornalismo atravessa, este trabalho, por meio de pesquisa bibliográfica e documental, observa uma dissonância entre os ideais democráticos, os valores sustentados pelo discurso de legitimação do jornalismo e a prática da atividade. Partindo de um reconhecimento da aceleração como traço definidor da Modernidade Tardia, e do esgotamento coletivo como sua maior consequência, introduzo a perspectiva feminista da ética do cuidado — até então pouco explorada no campo do jornalismo. Apresento as teóricas pioneiras da ética do cuidado, delimito uma definição de cuidado e descrevo elementos centrais da ética do cuidado pertinentes a este trabalho: a compreensão do cuidado como essencial à existência, as noções de interdependência, autonomia relacional e responsabilidade. A partir daí, proponho três aproximações entre a ética do cuidado e o jornalismo: (1) o slow journalism como proposição que causa incômodo ao desnaturalizar a velocidade como valor central do jornalismo, permitindo uma maior atenção a relações de interdependência menos visíveis a quem "não tem tempo para pensar"; (2) um potencial de ensejar a igualdade da palavra — elemento importante para a prática democrática — através de uma escuta atenta que questiona quais grupos são escutados e como essa escuta acontece, permitindo assim a emergência de vozes e mundos que têm sido mantidos escondidos e (3) a revelação das histórias e redes de interdependência das quais os jornalistas participam e que os constituem.