Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Susin, Loredana |
Orientador(a): |
Souza, Diogo Onofre Gomes de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/8455
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Resumo: |
Nesta Tese de Doutorado, procuro conhecer e entender o funcionamento das configurações espaço-temporais exercidas em um laboratório de pesquisa em bioquímica, visando mostrar seus possíveis efeitos nos processos que constituem as subjetividades. O entendimento de tempo e espaço como categorias socialmente construídas levou-me a buscar compreender os processos sócio-históricos relacionados à sua construção. Inicialmente, apresento o olhar histórico que empreendi com a finalidade de mostrar a emergência das categorias tempo e espaço, entendidas como noções constitutivas de modos de pensar o mundo e a si mesmo. Com esse olhar, busco compreender as implicações dessas categorias na vida das pessoas em diferentes épocas. Para tanto, revisito alguns momentos históricos, desde a Antigüidade até a contemporaneidade, mostrando as compreensões, as necessidades e as estratégias relacionadas ao tempo e ao espaço, marcando continuidades e descontinuidades nesses períodos. A partir dessas reflexões, procuro tornar visíveis o caráter construído dessas noções e o funcionamento das configurações espaço-temporais, assim como chamar a atenção para possíveis efeitos na vida das pessoas. No segundo momento, trago as discussões e as análises do percurso investigativo desta Tese, problematizando recursos metodológicos com a intenção de mostrar os efeitos de noções modernas de tempo e espaço presentes no meu pensar e agir. Além disso, conto minhas tentativas de “capturar” o tempo e o espaço – através de fotografias, mapas, tabelas, questionários, entrevistas e observações – e como fui construindo a noção de configuração espaço-temporal ao olhar e vivenciar o funcionamento do laboratório. Para tanto, revisito experiências dessa pesquisa e traço articulações com algumas noções espaço-temporais modernas e contemporâneas a partir de autores como Zygmunt Bauman, Michel de Certeau, David Harvey e Michel Foucault. Argumento, ainda, a partir de Norbert Elias, em favor de uma mudança de foco na direção de se pensar as configurações espaço-temporais como constituidoras dos processos de subjetivação. Na última parte desta Tese, apresento o movimento que realizei na tentativa de compreender como as configurações de espaço/tempo funcionavam no laboratório. Ou seja, suas implicações nas relações entre as pessoas que por ali circulavam e nos processos que constituem as subjetividades. Para a inserção no laboratório, utilizei ferramentas de cunho etnográfico, a fim de realizar um estudo in situ, o qual me possibilitou analisar algumas construções cotidianas de tempo/espaço. Tal análise permitiu-me perceber o funcionamento de configurações espaço-temporais articuladas à virtualização/atualização, à ordem/desordem e ao governamento. O funcionamento das configurações espaço-temporais tornou-se visível em estratégias – a marcação territorial (a inclusão de objetos e as formas de compor os espaços), os não-lugares (lugares não-territorializáveis de uso coletivo e circulação rápida), as rotinas de laboratório, as diferentes tecnologias (informáticas, digitais e telecomunicação) – que promoviam diversas articulações de espaço/tempo com a finalidade de governamento (hierarquizações, vigilâncias e produtividade) das pessoas e de suas produções naquele sistema produtivo. Finalmente, este estudo permitiu-me perceber que as noções espaço-temporais, mais do que entidades neutras que figuram fora e acima deste mundo, são estratégias fabricadas neste mundo. Nos dias de hoje, tais mecanismos geram a coexistência da territorialização/desterritorialização, do individual/global, da sincronia/não-sincronia, fabricando novos agenciamentos, enunciações e subjetividades. |