Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Konrath, Aline Raquel |
Orientador(a): |
Endruweit, Magali Lopes |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/249752
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Resumo: |
Esta dissertação apresenta a pesquisa que tem como objetivo descrever como professores de Língua Portuguesa de ensino fundamental – anos finais ensinam a escrever e quais as concepções de escrita e de língua que orientam sua prática. Para atender a esse objetivo, primeiramente, realizei um percurso teórico a fim de compreender o que significou ensinar a escrever em diferentes momentos da educação brasileira, caminhando em direção a pesquisas contemporâneas sobre o tema que levam em consideração a importância da interlocução que se estabelece entre professor e aluno nesse processo. Dentre esse último conjunto, enfatizei o ensinar a escrever na perspectiva enunciativa de Émile Benveniste, apresentando-o como um ato intersubjetivo entre professor e aluno que toma forma e sentido como noções indissociáveis. Ainda com o intuito de atender ao objetivo delineado, realizei uma pesquisa qualitativa de cunho documental e entrevistas semiestruturadas das quais foram participantes quatro professores de Língua Portuguesa atuantes no ensino fundamental – anos finais de uma escola pública situada no interior do RS. A análise dos documentos gerados ao longo do primeiro semestre letivo de 2021 e das entrevistas permitiu compreender que: a) escrever na escola, nas aulas de Língua Portuguesa no ensino fundamental, se destina a ensinar norma padrão, promover reflexão linguística, ensinar gêneros textuais, aferir conhecimentos e tematizar o contexto do aluno; b) embora diferentes concepções de língua estejam latentes na prática de ensinar a escrever dos professores participantes, no momento da análise do texto parece se sobressair a compreensão de língua como um sistema estável, homogêneo e de escrita como atendimento às normas da língua, sobretudo a padrão. Já a análise dos documentos à luz da teoria enunciativa permitiu tecer as seguintes considerações: a) o processo de escrita não é trabalhado como um ato enunciativo pelos professores; b) o professor ao ler o texto do aluno, acima de tudo, assume a função de corretor, um analista que olha e discute especialmente a forma; c) determinar a forma e/ou o sentido dos textos dos alunos nas propostas de escrita não contribui para o desenvolvimento da autonomia do escrever do aluno; d) discutir sobre forma e sentido exige considerar a reescrita como parte do processo do ensino; e) quando se trata de escrita, não há como determinar um protocolo rígido de como escrever, nem de como analisar o texto; f) o ensino remoto emergencial, imposto pela pandemia de covid-19, demonstrou que ensinar a escrever é um processo que exige o apoio da enunciação falada e que as ferramentas tecnológicas não dão conta de substituir o ensino presencial em sala de aula. |