Repositórios digitais para dados abertos de pesquisas antropológicas: um estudo de caso do BIEV UFRGS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Cervo, Matheus
Orientador(a): Rockembach, Moisés
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/235396
Resumo: Esta dissertação contribui ao campo da ciência aberta, principalmente aos estudos que se debruçam sobre a abertura de dados de pesquisa em repositórios digitais na web. De forma específica, investiga-se as lacunas de estudo existentes na abertura de dados às disciplinas das humanidades, especialmente da Antropologia Social enquanto área do saber que se baseia na etnografia enquanto forma de conhecer as diversas expressões humanas no mundo. Para isso, realizou-se um estudo de caso sobre o grupo de pesquisa Banco de Imagens e Efeitos Visuais (BIEV) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que pertence ao departamento de Antropologia desde 1997. Trata-se de um grupo de referência às áreas da Antropologia Visual/da Imagem e da Antropologia Urbana no Brasil que, desde o final da década de 1990, tentou criar um banco de dados multimídia na internet para tornar suas coleções etnográficas acessíveis a todos os coletivos interessados. Contudo, houve muitos desafios à concretização dessa base de dados, o que levou essa pesquisa a investigar quais os problemas informacionais e comunicacionais que atravessaram a consolidação deste projeto no complexo universitário em questão. Como metodologias de pesquisa, realizou-se: 1) revisão teórica do projeto a partir do paradigma da complexidade de Edgar Morin, entrecruzando as áreas da Antropologia, da Comunicação e da Ciência da Informação; 2) revisão sistemática de literatura em português e inglês sobre repositórios digitais para dados antropológicos; 3) diagnóstico das múltiplas tentativas de abertura dos dados do BIEV desde a sua fundação (1997-2020); 4) entrevistas em profundidade semi-estruturadas com quatro pesquisadores que auxiliaram na construção do projeto; 5) análise de conteúdo das entrevistas. Como resultados da revisão teórica e de literatura, percebeu-se a importância de evitar análises disciplinares acerca do objeto de estudo, visto que a complexidade dos dados multimídia produzidos na Antropologia exige diálogos profícuos entre diferentes tipos de profissionais. Verificou-se que a literatura da área não é inexistente e está crescendo, demonstrando que existem diversos desafios que concernem à especificidade dos registros etnográficos. Se vários dos problemas foram mapeados a partir da revisão sistemática de literatura, outros apareceram no estudo de caso que foi feito em detalhamento a partir de metodologia qualitativa. Entre eles, conclui-se que há: desafios éticos complexos na restituição dialógica dos materiais; problemas referentes aos diferentes tipos de documentos existentes dentro das coleções etnográficas; dificuldade de realizar contatos externos com profissionais da área da ciência aberta; adversidade na construção de projetos profícuos com auxílio da instituição universitária; fragmentação dos órgãos do ensino superior que trabalham com questões patrimoniais, informacionais e comunicacionais dos grupos de pesquisa; obstáculos referentes às formações dos(as) pesquisadores(as) dentro do modelo disciplinar do ensino superior.