Imagem-Música em vídeos para web

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Conter, Marcelo Bergamin
Orientador(a): Silva, Alexandre Rocha da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/49264
Resumo: A presente dissertação propõe-se a investigar os modos com que a música sobrecodifica a linguagem audiovisual em vídeos para a web, criando novos processos de significação e complexificando a virtualidade musical (compreendida aqui como a totalidade irrepresentável de imagens que a expressam). O site YouTube se estabelece como um lócus privilegiado para tal estudo, pois nele encontra-se uma quantidade significativa de vídeos musicais em que a música se manifesta em todos os elementos audiovisuais, interferindo nos processos de composição audiovisual (tanto na trilha visual quanto na sonora). O que pode deste encontro derivar são atualizações e potencialidades do virtual da música, manifestadas como imagemmúsica. Os vídeos que constituem o corpus são organizados em quatro categorias mais recorrentes, ordenados de acordo com a proximidade que têm com a linguagem do videoclipe, o que permite perceber como, progressivamente, nos vídeos para web, está ocorrendo um processo de autonomização da imagem-música: mashup audiovisual; sampling audiovisual; spoof de shreds; auto-tunning. Essas práticas já estavam contidas, em potência, em audiovisuais anteriores, no cinema, na televisão, na videoarte, no videoclipe – e também nas práticas da música eletrônica –, mas somente na web elas conseguiram se manifestar a pleno. Como referencial teórico para compor o modo como será observado o fenômeno, utilizar-seão as teorias do filósofo Henri Bergson para compreender a virtualidade da música; de Gilles Deleuze, para entender os processos de significação que a sobrecodificação da música exerce sobre o audiovisual, e como ela movimenta suas estruturas através de tal processo; de Nicklas Luhmann, para compor um ponto de observação para os vídeos musicais para web diferente do que tradicionalmente se dirige ao videoclipe televisivo; e de Vilém Flusser, para compreender a natureza das imagens técnicas. Conclui-se que os vídeos para web estudados efetivamente se apartam da lógica do videoclipe televisivo, parte por não dialogarem com a lógica da indústria fonográfica, parte porque a música é resultado da montagem, e não o contrário, como ocorre normalmente em videoclipes; além disso, evidencia-se que a música é capaz de imprimir algo de si nos audiovisuais estudados, e que está ocorrendo uma tendência para a diluição da distinção entre arte figurativa e música: através desses vídeos, mostra-se possível a produção de música imaginativa, derivada da reciclagem de material audiovisual disponível na web.