Avaliação do uso problemático de internet, jogos digitais e smartphones no Brasil : foco em psicometria

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Spritzer, Daniel Tornaim
Orientador(a): Hauck, Simone
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/254389
Resumo: Introdução: Apesar dos benefícios que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) proporcionam para a sociedade como um todo, também se reconhecem as possíveis consequências negativas de seu uso excessivo. Um dos primeiros passos para se identificar adequadamente pessoas em risco para o uso problemático de TICs deve ser a utilização de instrumentos de avaliação com propriedades psicométricas sólidas. Métodos: Este estudo faz parte de um projeto multicêntrico, realizado em 14 países, para avaliar os fatores associados ao uso problemático de Internet e de smartphones Trata-se de estudo de delineamento transversal, com amostragem por conveniência e recrutamento online, que incluiu indivíduos brasileiros maiores de 18 anos de idade. Através de um questionário online foram avaliados o perfil sócio demográfico, o uso de TICs, características de personalidade, comorbidades psiquiátricas e funcionalidade/prejuízo. Resultados: O artigo 1 (publicado) apresenta a adaptação cultural e as propriedades psicométricas da versão em português brasileiro do Problematic Internet Use Questionnaire – Short Form – 9 (PIUQ-SF-9). Este instrumento demonstrou estrutura bifator, com um fator geral e três dimensões específicas (obsessão, negligência e perda de controle). Sua consistência interna foi considerada boa e sua estabilidade temporal, adequada. A validade de constructo do PIUQ-SF-9 foi demonstrada a partir da avaliação simultânea da influência da idade, tempo de uso da Internet, autopercepção de uso problemático e sintomas depressivos. O artigo 2 (publicado) avalia e expande as propriedades psicométricas da Self-perception of Text-message Dependency Scale (STDS). A análise fatorial confirmatória multigrupos confirmou estrutura de três fatores e demonstrou invariância de medida do instrumento para sexo e idade. A consistência interna foi satisfatória, e a validade de constructo do STDS foi demonstrada pela correlação das suas 3 dimensões com medidas de uso problemático de Internet e de smartphones. A análise de rede proporcionou insights sobre os sintomas mais influentes relacionados ao uso problemático de mensagens de texto. O artigo 3 (submetido) avalia as propriedades psicométricas da versão brasileira do Internet Gaming Disorder Test – 10 (IGDT-10) e explora a sua associação com prejuízo. O IGDT-10 demonstrou uma estrutura unidimensional tanto na análise fatorial confirmatória, quanto exploratória, com consistência interna satisfatória e estabilidade temporal adequada. Os participantes com escores acima do ponto de corte apresentaram níveis de prejuízo significativamente maiores quando comparados com aqueles com escores abaixo do ponto de corte do IGDT-10. A análise de rede permitiu identificar que o sintoma "consequências negativas" era o item mais relevante ao conectar o uso problemático de jogos digitais com prejuízo. Ainda, a partir da colaboração internacional estabelecida, os dados da amostra brasileira integraram outros dois artigos do estudo multicêntrico, que avaliaram os fatores associados ao uso problemático de smartphones (artigo #4 – publicado, apêndice C) e ao uso problemático de internet (artigo #5 – publicado, apêndice D). Conclusões: A disponibilidade de instrumentos breves, com sólidas propriedades psicométricas e validados para uso na população brasileira é essencial para uso em futuros estudos populacionais em nosso país, auxiliando na geração de dados mais confiáveis que permitam o desenvolvimento de melhores políticas públicas sobre o uso problemático de tecnologia.