Cárie precoce da infância : estudo longitudinal de 2 anos de acompanhamento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Piva, Fabiane
Orientador(a): Araujo, Fernando Borba de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/133120
Resumo: A Cárie Precoce da Infância (CPI) caracteriza-se pela presença de lesões de cárie em crianças em idade pré-escolar. Este estudo teve como objetivo avaliar a incidência e a progressão de lesões de cárie após dois anos de acompanhamento em um grupo de crianças, relacionar a presença microrganismos Streptococcus mutans e Lactobacillus spp. com a progressão da doença e avaliar possíveis alterações na qualidade de vida das crianças e seus familiares. No baseline foram avaliadas 163 crianças com uma média de idade de 3.41 (SD:± 0.51). No presente estudo, foram reavaliadas clinicamente 119 crianças, com idade entre 5-6 anos, pertencentes a 12 unidades de atenção primária em saúde do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), na cidade de Porto Alegre, RS. Foram novamente aplicados os questionários sóciodemográfico e ECOHIS com os responsáveis e coletadas amostras de saliva das crianças para a realização da análise microbiológica. Os dados foram apresentados de forma descritiva e utilizando as análises de Regressão multivariada de Poison e generalized estimating equations (GEE). Os resultados demonstraram que 89,9% das crianças apresentaram progressão de cárie. Das superfícies avaliadas 7.8% demonstraram progressão das lesões de cárie e os dentes posteriores apresentaram 7,8 vezes mais chance de progressão quando comparado com os dentes anteriores. A superfície oclusal demonstrou 7.4 vezes mais chance de progressão seguida das superfícies lisas (OR:3.3 – CI:1.9-5.50) quando comparada com as superfícies proximais. Quanto aos fatores associados ao aumento da progressão, se mostraram associados com uma maior taxa de progressão o estado marital das mães (p:0.040) e a presença de lesões cavitadas no baseline (p<0.001) e uma maior contagem de Streptococcus mutans (p:0.031) nas crianças, na segunda avaliação. Um aumento da progressão de cárie influenciou significativamente na piora na percepção de qualidade de vida relacionada à saúde bucal. Conclusão: foi evidenciada uma progressão das lesões de cárie com o passar do tempo na amostra estudada. As superfícies oclusais e os dentes posteriores foram os que demonstraram maior chance de progressão. O aumento da taxa de progressão de cárie foi relacionado ao estado marital da mãe, aspectos microbiológicos e com a história pregressa de cárie das crianças. Ter acesso ao serviço público odontológico não influenciou na história natural da doença cárie.