Prazer e sofrimento de trabalhadores da atenção básica à saúde à luz da teoria da psicodinâmica do trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Maissiat, Greisse da Silveira
Orientador(a): Lautert, Liana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/76335
Resumo: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, com objetivo de analisar o prazer e o sofrimento de trabalhadores da rede de Atenção Básica à Saúde (ABS) à luz da Teoria da Psicodinâmica do Trabalho. Participaram da pesquisa 242 trabalhadores de um município no interior do Rio Grande do Sul, sendo enfermeiros, médicos, odontólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, auxiliares/técnicos de enfermagem, técnicos de higiene bucal, agentes comunitários de saúde, auxiliares de limpeza, auxiliares administrativo e vigias. A coleta de dados foi realizada entre maio e julho de 2012 e utilizou-se para a coleta de dados um questionário sociodemográfico e profissional e o Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento-ITRA. Foram excluídos os trabalhadores em licença (saúde, maternidade, interesse e outras) ou em férias no período da coleta dos dados. Nos resultados todos os domínios da Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho e da Escala de Custo Humano do Trabalho foram considerados críticos, sendo que na Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho 8,7% dos trabalhadores classificaram a Organização do Trabalho como satisfatória. O Custo Cognitivo apresentou o maior número de itens avaliados como grave na Escala de Custo Humano do Trabalho com diferença significativa entre o Custo Físico e as variáveis: sexo, escolaridade e a realização de exame periódico de saúde. Na Escala de Avaliação de Danos Relacionados ao Trabalho, os Danos Físicos foram considerados críticos e houve diferença significativa entre a escolaridade e exame periódico de saúde. Na Escala de Indicadores de Prazer e Sofrimento no Trabalho, o Esgotamento Profissional foi o único domínio considerado grave. A avaliação negativa foi dos trabalhadores mais jovens (p=0,02) e com menor tempo de trabalho na instituição (p=0,025) e verificou-se associação inversa entre a média da idade (r=-0,204; p=0,002) e o tempo de trabalho na instituição com o Esgotamento Profissional (rs=-0,145; p=0,027) e os Danos Sociais (r=-0,152; p=0,022). Ainda, identificou-se associação entre o Esgotamento Profissional e a Falta de Reconhecimento (r=0,696; p<0,01), e da Realização Profissional com a Liberdade de Expressão (r=0,626; p<0,01). O prazer foi percebido na Realização Profissional, Liberdade de Expressão e Reconhecimento enquanto o sofrimento foi aferido no Esgotamento Profissional que demanda majoritariamente da Organização do Trabalho. Concluiu-se que o trabalhador vivencia formas de prazer e de sofrimento no trabalho na ABS e que com a idade, o tempo e experiência cria estratégias de defesa que minimizam o esgotamento. Para promover o prazer no trabalho na ABS, reduzir o sofrimento e os danos causados pelas exigências inerentes ao trabalho, o reconhecimento e a liberdade de expressão e a consequente realização profissional são elementos essenciais.