Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Melere, Cristiane |
Orientador(a): |
Luft, Vivian Cristine |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/196846
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Resumo: |
A obesidade é uma doença multifatorial complexa, condição resultante de um balanço energético positivo. A prevalência mundial de obesidade, segundo o GBD, é de 12% entre os adultos, sendo maiores em mulheres do que em homens; no Brasil, essa prevalência chega a 18,9%. A habilidade do organismo em lidar com o excesso de calorias, que é variável de um indivíduo para o outro, pode determinar a susceptibilidade do indivíduo para desenvolver a síndrome metabólica (SM). A definição da SM inclui fatores de risco inter-relacionados para a doença cardiovascular e diabetes. Dentre eles cita-se a disglicemia, aumento da pressão arterial, níveis elevados de triglicérides, níveis baixos de lipoproteína de alta densidade e obesidade abdominal. O objetivo desta tese foi avaliar a predição da obesidade abdominal usando medidas/índices antropométricos, e avaliar se há diferença entre a gordura visceral e subcutânea na predição da síndrome metabólica e seus componentes individuais. Foram utilizados dados de 1919 participantes que fizeram parte da segunda visita trianual do ELSA-Brasil, um estudo de coorte prospectivo que foi projetado para investigar a incidência de diabetes e doenças cardiovasculares, no centro de pesquisa do Rio Grande do Sul. As áreas de gordura subcutânea (GS) e visceral (GV) foram obtidas a partir de uma imagem transversal no espaço intervertebral L3-L4 por TC. A Circunferência da Cintura (CC), Razão Cintura-Quadril (RCQ), Índice de Massa Corporal (IMC), Diâmetro Abdominal Sagital (DAS), Razão Cintura-Altura (RCA), Abdominal Volume Index (AVI), Body Adiposity Index (BAI) e Índice de Conicidade (IC) foram analisados. A SM foi definida pelo critério do Joint Interim Statement (JIS). A linearidade da associação entre antropometria e tomografia foi avaliada graficamente através dos Splines cúbicos restritos, e a curva ROC para avaliar a capacidade de medidas e índices antropométricos na predição dos segmentos de gordura abdominal. Para avaliar a relação entre a gordura abdominal e a SM utilizou-se a regressão de Poisson com variância robusta, estimada através dos Splines cúbicos restritos. E a avaliação da capacidade preditiva da gordura abdominal para avaliar a síndrome metabólica foi verificada pela estimativa da área sob a curva ROC. A média de GS foi maior em mulheres (F) do que em homens (M) (297,0±118,8 vs. 221,2±86,7; p<0,0001) e de 13 GV maior em homens do que mulheres (239,2±93,3 vs. 145,4±67,5; p<0,0001). As associações entre GV e CC, IMC, DAS e AVI foram não lineares para homens e mulheres, sendo o incremento na gordura visceral a cada aumento das medidas antropométricas um pouco menos pronunciado para valores mais elevados. As associações entre GS e CC foram não lineares para ambos os sexos, e entre GS e IMC foi não linear somente para homens, sendo o incremento maior para valores mais elevados. Nos homens, DAS e CC foram os melhores preditores para GV, com áreas sob a curva ROC (AUC) de 0,866 e 0,850, respectivamente; para GS, IMC e CC foram os melhores (AUC = 0,885 e 0,872, respectivamente). Também nas mulheres, CC e DAS foram os melhores preditores de GV (AUC = 0,851 e 0,846, respectivamente), e IMC e CC para GS (AUC = 0,908 e 0,890, respectivamente). A capacidade preditiva para a síndrome metabólica e seus componentes é maior para a GV do que a GS (AUC: GV=0,795; GS=0,588). A GV foi mais fortemente associado com a síndrome metabólica do que a GS no P75 [RP: GV=1,50 (1,43-1,57); GS=1,22 (1,17-1,26)] na população em geral. O mesmo comportamento foi observado em homens [RP: GV=1,59 (1,42-1,78); GS=1,02 (0,95-1,09)]. Para as mulheres, a gordura subcutânea foi mais associada à SM [RP: GV=1,26 (1,18-1,35); GS=1,38 (1,27-1,50)]. Concluindo, parece haver um limite em que o estoque de gordura visceral passa a ser menos pronunciado a cada aumento de medidas antropométricas, sendo as reservas de gordura subcutânea crescentes. CC, DAS e IMC são bons preditores da gordura abdominal. A GV está mais associado a um perfil de risco metabólico adverso, especialmente em homens. Nossos resultados são consistentes com a hipótese de que a GV está mais associado à síndrome metabólica do que a GS. |