Marcadores ultrassonográficos para predição de sucesso de extubação : um estudo de coorte prospectivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Madeira, Laura Cordeiro
Orientador(a): Dalcin, Paulo de Tarso Roth
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273847
Resumo: A ventilação mecânica invasiva (VMi) é essencial para pacientes com condições críticas, abrangendo problemas respiratórios, cardiovasculares e neurológicos. O desmame desses pacientes representa um desafio, consumindo até 40% do tempo de tratamento. A falha na extubação acomete aproximadamente 15% a 20% dos pacientes, resultando em desfechos adversos, como aumento da mortalidade. Identificar esses pacientes de alto risco é crucial, embora as ferramentas atuais de triagem sejam limitadas. Diversos fatores, como insuficiência cardíaca, tosse ineficaz e fraqueza muscular, estão associados ao insucesso na extubação. A disfunção diafragmática relacionada à ventilação mecânica é objeto de estudos, e vem mostrando associação com falha no desmame. Estudos também indicam que uma melhor aeração pulmonar está associada a maiores chances de sucesso na retirada do suporte. A introdução da ultrassonografia à beira do leito tem proporcionado avaliações detalhadas em cenários de terapia intensiva, incluindo o desmame da VMi. Frente a isto, realizamos um estudo de coorte para avaliar a precisão da ultrassonografia após o teste de ventilação espontânea (TVE) na previsão do sucesso da extubação. Dos 76 pacientes incluídos, 57 tiveram sucesso na extubação em 72 horas. No entanto, a avaliação ultrassonográfica da aeração pulmonar (Lung Ultrasound Score – LUS), da excursão diafragmática (ED) e da fração de espessamento do diafragma (FED) não se mostrou diferente entre os grupos sucesso e falha de extubação: 17 (IQR 25-75 14-23) vs. 19 (IQR 25-75 11-25), OR 0.95 (0.85;1.05); 1.72 (IQR 25-75 1.37-2.18) vs. 1.95 (IQR 25-75 1.73-2.31), OR 0.6 (0.28;1.28); 25% (IQR 25-75 15,5- 31,5%) vs. 30% (IQR 25-75 20-36%), 0.99 (0.95;1.04), respectivamente. A área sob a curva para LUS, ED e FED foi 0.53 (0.36-0.71), 0.6 (0.45-0.75), 0.59 (0.44-0.75), respectivamente. A análise de subgrupos não demonstrou diferenças nos escores mesmo quando considerando a forma de realização do TVE. Ao avaliar separadamente pacientes com COVID-19, embora os escores fossem mais altos no grupo falha, não houve significância estatística. Conclui-se que, neste estudo, a avaliação ultrassonográfica não foi um preditor eficaz para o sucesso na extubação. Contudo, a heterogeneidade da população devido à pandemia de COVID-19 pode ter influenciado os resultados. Novos estudos, idealmente um ensaio clínico randomizado, com populações mais homogêneas e métodos padronizados são necessários para validar essa abordagem.