Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Roveda, Afonso Wenneker |
Orientador(a): |
Paulon, Simone Mainieri |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/263790
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Resumo: |
Esta dissertação problematiza o tema das militâncias em tempos de biopoder, colocando em questão a existência de um telos nas práticas e discursos militantes. Tal investigação surge a partir dos efeitos produzidos pelas ocupações universitárias que ocorreram no Brasil no ano de 2016, cujo objetivo mais direto de impedimento do avanço das propostas legislativas às quais se opunham não lograram êxito. A aparente falha do movimento em sua perspectiva macropolítica é contrastada à experiência do pesquisador ao participar da ocupação do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na qual pôde perceber efeitos micropolíticos imprevistos pelo próprio movimento, a partir do surgimento de zonas autônomas temporárias que liberaram, em certos momentos, a área da ocupação para que os padrões, sejam eles existenciais, estatais, mercadológicos ou subjetivos, fossem suspensos. A partir dessa experiência que constitui o campo de pesquisa, nos aproximamos metodologicamente da Cartografia e da Genealogia enquanto ferramentas que permitem dar visibilidade à sutileza desses movimentos que não se organizam através de um líder, um ideal e que questionam a necessidade de finalidades para que sejam produzidas transformações. Percebe-se a partir dos autores trabalhados que a ausência de um telos aproxima as Ocupações dos estudantes brasileiros a movimentos insurrecionais que vêm ocorrendo ao redor do mundo e que estiveram presentes no Brasil nas jornadas de junho de 2013, provocando um efeito de multidão nas manifestações Estas carregam um caráter multidirecional por não poderem ser reduzidas a uma única voz, a uma única bandeira e por não negociarem com governos e nem com o mercado um preço que daria fim a suas inquietações. Nesse sentido, suas lutas falam da insuportabilidade do governo da vida que estabelece formas legítimas de existência, a partir de um “fazer viver” e de um “deixa morrer” daqueles que não se adequam a um padrão. Assim, procuramos através de diários de campo visibilizar as resistências ao biopoder produzidas pelas militâncias que se aproximam das zonas autônomas temporárias e das insurreições. Apontamos, ao final desse escrito, que a militância quando desprendida de um telos pode potencializar um modo de se relacionar crítico em meio as lutas políticas, na medida que sensibiliza o sujeito a perceber que a sua forma de viver não é a única e que a experimentação existencial é possível. Por fim, para que possamos estar atentos às minúcias produzidas pela militância, é preciso que não olhemos apressadamente para a sua efetividade ou a falha a partir de uma causa declarada, mas antes, para seus efeitos desencadeados em uma perspectiva micropolítica. Efeitos insurgentes inclusive de novas subjetivações. |