Estudo comparativo da disfunção autonômica na doença de Parkinson com mutações LRRK2, PRKN e GBA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Dalla Corte, Bárbara Maldotti
Orientador(a): Rieder, Carlos Roberto de Mello
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
GBA
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259844
Resumo: Base teórica: a doença de Parkinson (DP), apesar de ser amplamente conhecida pelas suas manifestações motoras, apresenta uma gama de sintomas não motores que têm, com frequência, maior impacto na qualidade de vida e até mesmo na mortalidade dos pacientes. Dentre esses sintomas não-motores, as disautonomias estão entre os mais significativos. Objetivo: este estudo buscou avaliar as diferenças de manifestação da disfunção autonômica em pacientes com DP esporádica e genética, esta última em três formas – com mutações no gene da PRKN, com mutações no gene do LRRK2 e com mutações no gene da GBA. Métodos: foi realizado um estudo caso-controle em que o grupo controle eram os pacientes com DP esporádica. Um total de 742 pacientes foram incluídos (485 esporádicos, 9 PRKN, 165 LRRK2 e 85 GBA – dois pacientes apresentam mutações nos genes LRRK2 e GBA simultaneamente) e a avaliação dos sintomas disautonômicos se deu através do questionário SCOPA-AUT e de algumas questões da escala MDS-UPDRS. Quando possível, os achados foram controlados para potenciais confundidores. Resultados: considerando-se a pontuação total do questionário SCOPA-AUT, uma análise através de regressão linear demonstrou que o grupo de indivíduos com DP esporádica apresentou menor pontuação em comparação ao grupo com mutação no GBA (B= - 4.668; p 0.050), mesmo quando controlado para fatores como tempo de doença, pontuação na escala Hoehn&Yahr e dose diária equivalente de levodopa (LEDD). Avaliando-se a disfunção autonômica por sistemas, o grupo GBA apresentou maior prevalência de sintomas cardiovasculares (p 0.007) e termorregulatórios (p 0.006). O grupo LRRK2 não apresentou diferenças na pontuação do SCOPA-AUT total em comparação ao grupo com DP esporádica quando a avaliação é controlada para os fatores citados anteriormente (B= -3.105; p 0.189); entretanto, análise de subgrupo de sintomas evidencia maior prevalência de sintomas gastrointestinais (p 0.007), termorregulatórios (p <0.001) e cardiovasculares (p 0.011). O grupo PRKN não apresentou manifestações disautonômicos com diferenças estatisticamente significativas em relação ao grupo esporádico sob nenhum aspecto. Conclusão: as manifestações disautonômicos diferem em alguns grupos de pacientes com DP genética comparativamente a pacientes com doença esporádica. Isso traz à luz esse grupo de sintomas, de tão grande impacto nos pacientes, reforçando uma busca ativa por tais manifestações e uma abordagem individualizada. Mais estudos são necessários para avaliar mutações específicas em cada gene e para melhor compreender se essas diferenças correspondem a mecanismos fisiopatológicos distintos dos já conhecidos.