Modulação autonômica na doença de Parkinson: influência do tempo de diagnóstico e análise por métodos geométricos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Oliveira, Mileide Cristina Stoco de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/180770
Resumo: A doença de Parkinson (DP) pode promover desordem no sistema nervoso autônomo, contudo estudos que verifiquem a relação entre o tempo de diagnóstico da doença e a modulação autonômica ainda não foram encontrados. Além disso, poucos estudos avaliaram a modulação autonômica na DP por meio da variabilidade da frequência cardíaca (VFC) utilizando métodos geométricos. Objetivos: 1) investigar a relação entre o tempo de diagnóstico e a modulação autonômica em indivíduos com a DP e comparar com indivíduos sem a doença. 2) investigar a modulação autonômica em indivíduos com DP, por meio de índices da VFC obtidos por métodos geométricos. Materiais e métodos: foram avaliados 50 voluntários com idade entre 55 a 83 anos, divididos em 2 grupos: o grupo Parkinson (GP; 26 voluntários) e o grupo controle (GC; 24 voluntários), pareados pelo sexo e idade. Para investigação do tempo de diagnóstico o GP foi subdividido em dois grupos conforme a mediana [mediana = 5,5 anos], sendo: GP1 (abaixo da mediana: menor tempo de diagnóstico; 13 voluntários) e GP2 (acima da mediana: maior tempo de diagnóstico; 13 voluntários). O protocolo experimental foi desenvolvido em duas etapas: na primeira foram coletados dados pessoais, peso, altura, composição corporal, frequência cardíaca, pressão arterial, avaliação pelo Mini-exame do Estado Mental e os voluntários com DP foram avaliados pela Escala de Estágios de Incapacidade de Hoehn e Yahr. Na segunda etapa foi realizada análise da modulação autonômica. Para essa análise, a frequência cardíaca foi captada batimento a batimento com os indivíduos em decúbito dorsal por 30 minutos utilizando um cardiofrequencímetro e índices de VFC foram calculados utilizando métodos lineares nos domínios do tempo e da frequência, e por métodos geométricos; além disso foi considerada para análise. a influência do tempo de diagnóstico da DP. Resultados: não houve diferenças significantes para os índices da VFC entre os grupos GP1 e GP2. Foi observada diminuição significativa dos índices RMSSD, SDNN, pNN50, LFms2 e HFms2 nos grupos GP1 e GP2 em relação ao GC. Já em relação aos índices geométricos, houve diferenças significantes entre GP e GC, demonstradas por diminuição significativa dos índices RRtri, TINN, SD1 e SD2. A análise visual do plot de Poincaré mostrou que indivíduos com DP tem menor dispersão batimento a batimento dos intervalos RR e na distribuição dos intervalos RR a longo prazo observa-se que no GP ocorre maior concentração dos pontos à direita do plot, sugerindo a presença de intervalos RR com maiores valores nesse grupo. Conclusão: o tempo de diagnóstico da DP não influenciou a modulação autonômica, contudo nesses indivíduos redução da modulação parassimpática e da variabilidade global foi observada em relação a indivíduos sem a doença, sugerindo que a presença exclusiva da doença afeta o SNA independente do tempo de diagnóstico. Índices geométricos também detectaram diminuição da modulação autonômica parassimpática e da variabilidade global em indivíduos com a DP, as quais foram independentes de sexo, idade e IMC, sugerindo que esses índices são eficazes para avaliação clínica de manifestações autonômicas da doença e acompanhamento de condutas terapêuticas realizadas nesses pacientes.