O que fazer com os homens? : as práticas de intervenção com autores de violência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Flores, André Avancini
Orientador(a): Nardi, Henrique Caetano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Men
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/280709
Resumo: As relações entre homens e violência são analisadas nesta dissertação a partir de uma intrincada rede de práticas discursivas. Tendo em vista os cenários econômicos, políticos e sociais por onde os homens constroem modos de ser e fazer uns aos outros, proponho uma análise dessa relação a partir das falhas que surgem no processo de construção da performatividade masculina e como essas falhas produzem maior ou menor grau de instabilidade ao “ser homem”. A violência, enquanto comportamento de resposta do homem que “falha” com a identidade idealizada é compreendida como uma das maneiras de lidar com as instabilidades da formação do gênero. Tendo em vista que os autores de violência devem ser responsabilizados pelos seus atos, este torna-se também um processo de responsabilização pela formação do gênero, em seus respectivos contextos. Com isso, proponho como campo de análise os grupos reflexivos de gênero, subsidiado por dois materiais audiovisuais, o filme brasileiro “O silêncio dos homens” e o filme estadunidense “The mask you live in”, onde diversos temas que perpassam à formação do gênero masculino são discutidos com homens e meninos participantes dos grupos, coordenadores de grupos e profissionais de diversas áreas. A análise das práticas discursivas sobre masculinidade e violência é feita por uma perspectiva de inspiração genealógica, trazendo os fundamentos teóricos da Teoria da Interpelação e da Teoria da Performatividade de Gênero. A metodologia utilizada consiste no recorte de depoimentos dos filmes que evidenciam momentos cruciais à formação do gênero para os homens entrevistados, considerando as práticas de violência ou exposição à elas como um dos critérios de seleção dos depoimentos. Os achados resultantes dessa análise indicam que quando a relação dos homens com as normas de gênero enfrentam “falhas” em uma produção idealizada, há uma intensificação das práticas de violência em detrimento de outras formas de lidar com a instabilidade desse processo. Já as intervenções promovidas com os grupos de homens e meninos têm demonstrado que o acolhimento coletivo e a reflexão sobre essas instabilidades fazem da “falha” uma abertura à estilização das normas de gênero e uma ampliação dos modos de se posicionar socialmente como homem.