Diagnóstico e tratamento de câncer em crianças e cães : estratégias de enfrentamento utilizadas por pais e tutores em hospitais universitários

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Vieira, Luciane Cristina
Orientador(a): Contesini, Emerson Antônio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/212322
Resumo: INTRODUÇÃO O diagnóstico de câncer e o tratamento quimioterápico de um membro da família pode acarretar sofrimento capaz de causar modificações de ordem emocional, afetiva, econômica e social, dentre outras, nas demais pessoas da rede de apoio social deste paciente. OBJETIVO Conhecer e comparar as estratégias de enfrentamento de tutores e pais frente ao diagnóstico e tratamento de câncer em cães e crianças. MÉTODO Foram convidados a participar da pesquisa tutores de cães com câncer em quimioterapia no Serviço de Oncologia do Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e pais de crianças com câncer em quimioterapia na Unidade de Internação do Serviço de Oncologia Pediátrica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre. Os participantes realizaram entrevistas semiestruturadas abordando o impacto deste diagnóstico e tratamento, e responderam ao questionário adaptado do Inventário de Estratégias de Coping de Folkman e Lazarus, já validado para o português do Brasil. Os dados foram avaliados utilizando métodos mistos, quantitativos e qualitativos, ou seja, com análise estatística e emprego da técnica de análise de conteúdo de Bardin. RESULTADOS A análise dos fatores do Inventário permitiu comparar tutores e pais. Dos oito fatores avaliados, apenas três tiveram diferença estatisticamente significativa: aceitação de responsabilidade; fuga e esquiva; e reavaliação positiva. Após análise das entrevistas, verificou-se, em ambos os grupos, níveis de estresse e ansiedade bastante elevados, particularmente no momento do diagnóstico. As principais diferenças observadas entre os grupos foram nos fatores relacionados à emoção, pois os pais demonstraram maior sentimento de culpa, desejo de que a doença desaparecesse e necessidade de encontrar uma maneira de transformar a situação em algo positivo. Tutores e cuidadores tiveram como objetivo cuidar e tratar os pacientes, sendo que traçaram um plano de ação e o seguiram, apesar do sofrimento que a situação trouxe. A capacidade de reavaliar a situação de forma positiva foi vista nos dois grupos, pois, após o enfrentamento da situação, as falas eram de quem aprendeu a dar maior valor à vida. CONCLUSÃO Os tutores e os pais apresentaram estratégias de enfrentamento semelhantes, porém os pais tiveram uma maior ênfase naquelas que envolvem emoções. Entendeu-se que o envolvimento dos tutores e dos pais é fundamental para trazer segurança e garantir os cuidados que os pacientes precisam. Os resultados do estudo reforçam o entendimento de que os cães são considerados membros importantes das famílias. Foi verificado maior sofrimento dos pais, que pode ser atribuído ao longo período de internação de seus filhos, que ocasionou afastamento da família, principalmente dos outros filhos. Em ambos os hospitais, as famílias se sentiram cuidadas e acolhidas.