Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Marchesan, Lucas Bandeira |
Orientador(a): |
Spritzer, Poli Mara |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/280582
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Resumo: |
A Síndrome dos Ovários Policísticos (PCOS) é uma endocrinopatia comum em mulheres em idade fértil e está associada a distúrbio ovulatório, hiperandrogenismo e morfologia ovariana policística, sendo frequentemente acompanhada de alterações cardiometabólicas. Entre essas alterações, destaca-se a obesidade, resistência insulínica, alterações do metabolismo de lipídios e glicose, entre outras. Os diferentes fenótipos da PCOS têm prevalência e expressão variáveis de acordo com a região estudada e se provindos de estudos com populações selecionadas ou de basepopulacional. Neste sentido, existem poucos dados sobre a prevalência de obesidade e gravidade das alterações cardiometabólicas associadas à PCOS em mulheres na América Latina e a maioria desses dados encontra-se em pequenos estudos de alguns países desta região. A obesidade, presente em 70-80% das pacientes com PCOS mundialmente, exacerba as alterações cardiometabólicas e contribui para a infertilidade, ansiedade e depressão. Assim sendo, a sua abordagem é um dos pilares fundamentais no manejo da PCOS, melhorando desfechos metabólicos, de fertilidade e de qualidade de vida. No estudo 1 foram compilados, através de uma revisão sistemática, dados de 41 estudos da América Latina, com tamanhos das amostras variando de 10 a 288 no grupo PCOS e 10 a 1500 no grupo controle. A prevalência dos fenótipos A e B (PCOS clássica) variou de 65,8% a 87,5%, conforme relatado em estudos da Argentina, Brasil e Chile. A prevalência de síndrome metabólica variou de 33,3% a 44,0% para o fenótipo A, de 15,0% a 58,0% para o fenótipo B, de 11,9% a 36,0% para o fenótipo C e de 14,2% a 66,0% para o fenótipo D. As mulheres com PCOS apresentaram maior índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura, pressão arterial, glicose e maior resistência insulínica (HOMA-IR), bem como um perfil lipídico mais adverso do que aquelas sem PCOS. A obesidade esteve associada ao diagnóstico de PCOS na maioria dos estudos, reforçando sua importância na expressão fenotípica na região. No estudo 2, realizamos um ensaio clínico randomizado duplo-cego, controlado por placebo, com o objetivo de verificar o efeito de adicionar topiramato à metformina, em conjunto com uma dieta hipocalórica, em mulheres com PCOS e obesidade ou sobrepeso acompanhado de alterações metabólicas. Neste estudo, foram incluídas 31 participantes no grupo metformina (MTF) + placebo (P) e 30 no grupo MTF+ topiramato (TPM). O grupo MTF+TPM apresentou maior perda de peso média em 3 meses (-3,4% vs. -1,6%, p=0,03) e 6 meses (-4,5% vs. -1,4%, p=0,03). Ambos os grupos melhoraram androgênios, lipídios e escores psicossociais. As participantes com perda de peso ≥3% aos 6 meses melhoraram o escore de Ferriman modificado (mFGS), (8,4 para 6,5, p=0,026). Parestesia, geralmente leve e transitória, foi mais comum no grupo MTF+TPM (23,3% vs. 3,2%, p=0,026). Portanto, os dados do primeiro estudo indicam um pior perfil cardiometabólico nas mulheres com PCOS na América Latina em relação a mulheres sem PCOS e enfatizam o impacto negativo da obesidade na modulação desse perfil. Também evidenciam uma carência de estudos em várias regiões da América Latina, onde dados de prevalência e do perfil cardiometabólico ainda não estão disponíveis. No segundo estudo, observou-se a importância da perda de peso na melhora do perfil cardiometabólico e hiperandrogênico das mulheres com PCOS. Em uma era onde novas medicações efetivas para o tratamento da obesidade têm surgido, o uso da metformina associada ao topiramato e uma dieta hipocalórica, mostrou-se uma opção efetiva, bem tolerada e de baixo custo para essas pacientes. |