“A mãe terra nos anima” : mulheres indígenas contracolonizando a literatura e as artes visuais no Brasil : inspirações para a introdução de uma educação decolonial na escola

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Henrique, Paloma de Melo
Orientador(a): Tettamanzy, Ana Lúcia Liberato
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/206373
Resumo: Este trabalho compartilha um breve panorama da produção literária escrita e de algumas artes visuais recentes de autoria de mulheres indígenas no Brasil, que propõem um diálogo ou uma escuta dos brasileiros não indígenas. O propósito desta dissertação é de destacar a importância do trabalho pedagógico com materiais produzidos por autoras indígenas, que se afastam, portanto, do pensamento e modo de vida euro-ocidental patriarcal colonial/moderno capitalista. Nesse sentido, essa escrita busca mais uma reflexão acerca dos pensamentos e modos de vida dos não indígenas da sociedade nacional brasileira do que a compreensão das ciências, filosofias, epistemologias ou cosmovisões indígenas — impossíveis de serem encerradas em trabalhos acadêmicos. Para essa abordagem, nos baseamos nas contribuições de intelectuais indígenas, como Ailton Krenak (2019) e Silvia Cusicanqui (2010), e de pesquisadores latino-americanos, como Rita Segato (2018) e Eduardo Viveiros de Castro (1996), que refletem sobre embates importantes envolvidos entre essas sociedades ou entre essas diferentes cosmovisões e projetos históricos. Contextualiza-se, a partir disso, parte da diversa produção literária e visual produzida por mulheres com pertencimento a alguns dos povos originários (r)existentes no Brasil, como Eliane Potiguara, Graça Graúna, Márcia Wayna Kambeba, Sulamy Katy, Shirley Djukurnã Krenak, Arissana Pataxó, Moara Brasil, Carmézia Emiliano e Daiara Tukano, a fim de discutir a importância dessas obras no contexto atual de enfrentamento à colonialidade/modernidade patriarcal capitalista. Assim, a resistência das práticas de vida, das diferentes maneiras de ver e de interpretar o mundo, perpetuada pelas mulheres indígenas, é incorporada nas obras das escritoras e artistas e expõe a constante luta dos seus povos. A inclusão dessas obras como parte importante da vida escolar dos educandos é, então, relevante para o processo de introdução de uma educação intercultural e decolonizadora (WALSH, 2009) nas escolas não indígenas.