A educação superior indígena do povo Potiguara sob uma perspectiva decolonial.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: CANTERO, Angela López.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/19492
Resumo: Durante a década de 1980, o povo Potiguara da Paraíba começou um processo de conquista de direitos, com a demarcação das Terras Indígenas Potiguara, mas também com a luta por direitos específicos, como a saúde e educação diferenciada. A partir da criação de escolas de educação indígena nas aldeias Potiguara surgiu a demanda de professores indígenas com uma formação adequada. Esse motivo levou às lideranças e professores Potiguara a solicitar através do Conselho Estadual de Educação da Paraíba (CEE/PB) em 2003 um curso específico de formação de professores indígenas na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). O foco central da tese de doutorado é o processo de criação do curso superior de Licenciatura em Educação Indígena do povo Potiguara na UFCG, entendido sob uma perspectiva decolonial. Entendemos a colonialidade (QUIJANO, 2005) como as consequências da colonização, neste caso, no histórico da escolarização do povo indígena Potiguara, o que chamamos de colonialidade do saber (LANDER, 2000). No âmbito da educação, no qual os contextos indígenas foram invisibilizados, e mais ainda nas instituições de ensino superior do Brasil, existe um racismo epistêmico (GROSFOGUEL, 2016) que durante anos excluiu dos processos acadêmicos às populações indígenas. Entendemos a conquista da educação superior dos povos indígenas do Brasil como uma estratégia frente à colonialidade do saber. O povo Potiguara da Paraíba, junto com professores da UFCG, lograram criar através de um longo processo participativo e intercultural o curso de Licenciatura em Educação Indígena, que finalmente formou 31 acadêmicos Potiguara em agosto de 2019. A formação de professores indígenas Potiguara num processo de interculturalidade crítica (WALSH, 2010) traz a possibilidade de que acadêmicos indígenas realmente conquistem o âmbito universitário, permitindo um encontro de saberes que façam da universidade um lugar de democratização epistemológica.