Tecelendo trajetórias : a monitoria indígena como espaço de aprendizagens interculturais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Ana Isabel Melo dos
Orientador(a): Menezes, Magali Mendes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/183201
Resumo: A presente dissertação trata da monitoria indígena na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, tendo como lócus de investigação o curso de Pedagogia. Parte dos próprios registros da autora, que foi monitora voluntária acadêmica durante a sua formação, e da escuta de outros indígenas e monitoras que passaram pela mesma experiência, destacando assim este lugar como espaço de formação intercultural. A questão principal de pesquisa é: como a monitoria indígena passa a ser um lugar de trocas interculturais dentro do curso de Pedagogia da UFRGS, levando em consideração os saberes envolvidos entre indígenas e não indígenas? Para responder à mesma, a autora tomou como aporte teórico Freire (1987), através do conceito de conhecimento, Menezes (2011), ao analisar as trocas interculturais e Fornet-Betancourt (2004) que versa sobre interculturalidade, Kusch (2007) e sua reflexão sobre fagocitose, além de Bauman (2003) e seu conceito de comunidade. As categorias de análise foram construídas em torno de três elementos principais: entrevistas semiestruturadas, análise documental e diário de campo. Para introduzir cada capítulo de escrita, foi utilizado o conceito de poiesis de Kusch (1976), em que o autor coloca a poesia como uma figura de criação para descrever a simbologia do mundo indígena. Após a coleta dos dados empíricos, onde participaram 6 estudantes, sendo 3 indígenas e 3 não indígenas, além dos relatos da própria autora, as respostas encontradas e que compuseram as análises nos levaram à seguinte conclusão: a interculturalidade aparece como trocas interculturais. Além disso, pode-se perceber que acontece em alguns momentos e não está presente em todo o processo de relação com indígena e não indígena. Estabelece-se um novo ambiente de formação, pois os que neste espaço estão envolvidos aprendem a reaprender seu olhar, passando pela estima do outro. A universidade, após 10 anos de cotas, da implementação das Políticas de Ações Afirmativas, onde um novo público adentrou o espaço acadêmico, busca reconfigurar-se, estabelecendo um diálogo com estes novos saberes que circulam. Há um longo caminho ainda a percorrer por todos os envolvidos: alunos, professores e universidade. Compreende-se que se faz necessário a articulação dos diferentes mundos que agora aqui emergem e a interculturalidade se faz necessária ser vivida e experienciada de forma plena.