Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Barone, Luciana Rodríguez |
Orientador(a): |
Paulon, Simone Mainieri |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/193798
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Resumo: |
Ao modo de um ensaio, entramos pelo meio, em aquecimento de uma tese que traz a clínica em saúde mental na atenção básica à cena, tendo a dança como intercessora. Tateamos o espaço e o corpo, que se abre a diversos sons e cheiros a compor o cotidiano em uma unidade de saúde da família, ampliando possibilidades de escuta. Nos territórios descentralizados, acompanhamos usuários e trabalhadores, deparando-nos com linhas endurecidas de uma clínica fatigada, marcada pelo adoecimento, medicalização e burocratização. Sentimos os pesos do corpo orgânico, da mente arrazoada, dos protocolos e das identidades fixadas, que delimitam tempo e espaço de ouvir, especialismos e comportamentos aceitáveis. Entretanto, pequenos passos tortos, meio enlouquecidos e imprevistos, fazem desviar, provocam quedas e desaceleram movimentos. O chão se abre e a clínica é convidada a dançar: desestabilizam-se verdades levitantes e transcendentes. Entra em cena uma psicóloga-bailarina-pesquisadora. Acolhemos os pesos, tentando fazer deles impulso. Abrimos possíveis, intensificando espaços-corpo e habitando as brechas por onde escapam fluxos. Apostamos na potência do corpo, com sua sensibilidade despertada, a partir das experimentações clínico-dançadas. Movimentos inicialmente desencontrados de uma psicóloga trabalhadora do Sistema Único de Saúde, que se experimenta como bailarina, abrem intensidades que tensionam formas de clinicar e de dançar. Desaceleramos, fragmentamos, experimentamos e improvisamos. Adentramos um campo alargado, aberto aos impercetíveis e imprevisíveis. Desdobram-se gestos em uma pesquisa que busca problematizar a potência da clínica em encontro com a dança. Acompanhados por José Gil, Deleuze, Guattari e Adorno, junto aos diários de campo, bailarinos, poesias e músicas, encorpamos linhas curiosas e interventivas, ensaiando uma escrita cartográfica. Tentamos expandir invencionices, composições coreográficas. Gestos loucos hibridizam cenas em um modo de pesquisar que assume as fragilidades, a parcialidade e aposta nos fragmentos e narrativas descontinuadas, produzindo conhecimento a partir do que nos acontece. Perseguimos perguntas saltitantes que transitam entre as linhas conviventes, buscando consistência. Percebemos que, ao recusarmos referentes externos, a constante são os agenciamentos e as transformações, sempre em movimento. Fragmentos coexistem em meio às pequenas danças em um plano de imanência que movimenta, a um só tempo, corpo e pensamento. Entre pesos e levezas, velocidades e lentidões, zonas paradoxais se interpõem nessas intercessões, transversalizando linhas e conectando corpos a partir dos fluxos que contagiam e se esparramam ao modo do devir. Em meio às ressonâncias possíveis, repetimos e diferimos, ensaiando uma clinica inventada a partir dos encontros e quedas: uma clinica do chão. Mais aberta às paisagens do bairro, ela se compõe nos gestos com os diferentes personagens, experimenta apoios matriciadores, improváveis atendimentos conjuntos, vigilâncias cuidadosas, em ruas, domicílios, corredores e consultórios. Buscamos diferir a partir das heterogeneidades que engrossam o encontro e das lentidões e velocidades que trazem sutileza. Afirmamos transversalidades, tomando o chão como aliado, em quedas que abrem possibilidades e buscam proliferar sentidos. |