Mecanismo de ação das plaquetas na insuficiência hepática aguda

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Luján López, Mónica
Orientador(a): Matte, Ursula da Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/143866
Resumo: A insuficiência hepática aguda é caracterizada por morte celular maciça de hepatócitos. As primeiras células que se ativam após uma lesão hepática são as células de Kupffer. Estas células secretam citocinas e produzem espécies reativas de oxigénio, causando a apoptose de hepatócitos. Em um estudo anterior, mostramos que plaquetas encapsuladas aumentam a sobrevida de animais em um modelo de insuficiência hepática aguda em 10 dias. Aqui investigamos como as plaquetas exercem o seu efeito benéfico precoce nesse modelo. Para isso, plaquetas encapsuladas ou cápsulas vazias foram implantadas em ratos submetidos a hepatectomia parcial de 90%. Os animais foram eutanasiados 1, 3, 6, 12, 24, 48 e 72 horas (n=6/grupo/hora) após hepatectomia. O fígado remanescente foi coletado para avaliar o estresse oxidativo, a atividade da caspase 3 e a expressão de genes relacionados ao estresse oxidativo ou função hepática. Além disso, os níveis de lipopolissacarideos no soro e no tecido foram medidos. O número de células de Kupffer do fígado remanescente foi avaliado. A interação de plaquetas encapsuladas e células de Kupffer foi investigada utilizando um sistema de co-cultura. Foi observado que os níveis de lipopolissacarideos foram semelhantes em ambos os grupos, assim como a expressão do gene de Tlr4 e Myd88, mas o Lbp foi maior no grupo plaquetas. O número de células de Kupffer no grupo plaquetas estava aumentado 1 hora após hepatectomia, voltando a níveis normais em seguida. No grupo controle estava aumentado às 6 até 72 horas. Além disso, as plaquetas modulam a expressão de interleucina-6 e interleucina-10 em células de Kupffer após 24 horas de co-cultura. Além disso, as plaquetas aumentam a atividade de superóxido dismutase e catalase e reduzem a peroxidação lipídica. Além disso, a atividade da caspase 3 também foi reduzida em animais que receberam plaquetas encapsuladas às 48 e 72 horas. A expressão da óxido nítrico sintase endotelial, do fator nuclear kappa B e interleucina-6 estavam elevados no grupo de plaquetas. A expressão do gene de albumina e do fator V também estavam aumentados no grupo plaquetas. Estes resultados indicam que as plaquetas interagem com as células de Kupffer e exercem o seu efeito benéfico através de redução do estresse oxidativo no fígado o que resulta em hepatócitos saudáveis e diminuição da apoptose. Além disso, estes efeitos são mediados por fatores parácrinos imediatamente após a lesão hepática.