Adaptações cardiovasculares e inflamatórias ao treinamento físico em indivíduos hipertensos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Boeno, Francesco Pinto
Orientador(a): Oliveira, Álvaro Reischak de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/222946
Resumo: INTRODUÇÃO: A hipertensão arterial sistêmica está intimamente relacionada à prevalência de doenças cardiovasculares, desempenhando papel crucial na fisiopatologia e progressão da doença aterosclerótica. Fatores de risco ambientais como obesidade, sedentarismo e maus hábitos alimentares, aceleram o curso da doença levando a disfunção dos mecanismos de controle da pressão arterial. Recentemente, a participação de fatores inflamatórios na etiologia da hipertensão arterial tem sido alvo de investigação, demonstrando estreita relação com o comprometimento da função endotelial. A promoção do estilo de vida ativo através de estratégias de treinamento físico é endossada como uma alternativa não medicamentosa eficiente no controle e prevenção da hipertensão e disfunção endotelial. Contudo, ainda não está claro como a função endotelial, inflamação e a pressão arterial se relacionam frente ao treinamento aeróbico e o treinamento de força. OBJETIVO: O presente estudo teve como objetivo investigar o efeito de doze semanas de dois tipos de treinamento físico, aeróbico e de força, sobre as adaptações inflamatórias, endoteliais e da pressão arterial de indivíduos hipertensos de meia idade através de um ensaio clínico randomizado controlado. MÉTODOS: 42 pacientes hipertensos medicados (19 homens/23 mulheres; 30 a 59 anos de idade) foram distribuídos de forma randomizada entre uma das seguintes intervenções: treinamento aeróbico supervisionado (n=15), treinamento de força supervisionado (n=15) ou grupo controle sem exercícios (n=12). Antes e após a intervenção (12 semanas) foram avaliados os seguintes desfechos: perfil inflamatório, função endotelial e pressão arterial ambulatorial. RESULTADOS: Ambas as intervenções, treinamento aeróbico e de força reduziram a pressão arterial sistólica durante o dia (-7,2±7,9 and -4,4±5.8 mmHg; p<0,05) e a média de 24-h (-5,6±6,2 and -3,2±6,4 mmHg; p<0,05). Ambas as estratégias foram eficientes em aumentar vasodilatação mediada pelo fluxo (exercício aeróbico: 1,7±2,8%; exercício de força: 1,4±2,6%). Entretanto, somente o treinamento aeróbico reduziu a concentração plasmática dos marcadores inflamatórios (CRP, MCP-1, VCAM-1 e LOX-1), endotelina-1 e aumentou a concentração de NOx (p<0,05). CONCLUSÃO: Os profissionais de saúde devem enfatizar o exercício aeróbico para o controle da hipertensão, dado o papel estabelecido do óxido nítrico, endotelina-1 e inflamação crônica de baixo nível na patogênese das doenças cardiovasculares. No entanto, foi demonstrado neste estudo que o treinamento de força também deve ser incentivado para pacientes hipertensos de meia-idade. Estes resultados sugerem que, mesmo que os pacientes estejam tomando medicamentos anti-hipertensivos, exercícios regulares são benéficos para o controle da pressão arterial e redução do risco de doença cardiovascular.