Avaliação do efeito da associação entre selegilina e trilostano no tratamento do hiperadrenocorticismo canino pituitário-dependente : ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Carvalho, Guilherme Luiz Carvalho de
Orientador(a): Pöppl, Alan Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/249029
Resumo: O hiperadrenocorticismo pituitário-dependente canino (HPD) é um distúrbio endócrino comum. Seu manejo clínico geralmente requer terapia com trilostano de uso contínuo, o que pode causar elevação do ACTH endógeno (ACTHe) e adrenomegalia, além de necessidade de recorrentes reajustes de dose. A terapia com selegilina foi previamente indicada para o tratamento da HPD canina a nível hipofisário. Não há estudos associando trilostano e selegilina para o tratamento de HPD em cães. O objetivo do presente estudo foi avaliar resultados clínicos, clínico-patológicos, imagísticos e hormonais em cães com HPD tratados com trilostano (Tri) ou com trilostano e selegilina (Tri + Sel). Quinze cães com diagnóstico de HPD espontâneo foram avaliados: Oito foram tratados com trilostano (Tri) e sete foram tratados com Tri + Sel. Para tal, foi realizado um ensaio clínico randomizado. Os cães foram submetidos a exame clínico, e análises de hemograma, bioquímica sérica, urinálise e ultrassonografia abdominal, além de determinação das concentrações de ACTH endógeno e cortisol pós-ACTH nos dias zero (D0), 30 (D30), 90 (D90) e 180 (D180) de tratamento. Não houve diferença significativa (p > 0,05) na variação endógena de ACTHe no grupo Tri (mediana D0 = 20,85 pg/dL; mediana D180 = 79,0 pg/dL; p = 0,07) e grupo Tri + Sel (mediana D0 = 103 pg/dL, mediana D180 = 98,25 pg/dL, p = 0,57). Ambos os grupos apresentaram níveis de cortisol pós-ACTH significativamente menores no final do estudo (Tri mediana D0 = 15 μg/dL; D180 = 5,2 μg/dL; p = 0,002 versus Tri + Sel mediana D0 = 17,23 μg/dL; D180 = 2,26 μg/dL; p = 0,006). Além disso, ambos os grupos necessitaram de ajustes de dosagem de trilostano (p = 0,01). No entanto, nenhuma diferença estatística foi observada neste quesito entre os grupos ao final do estudo. Houve menor variação na espessura das adrenais do grupo Tri + Sel (adrenal esquerda D0 = 0,65 cm; mediana D180 = 0,71; p = 0,7) quando comparada ao grupo Tri (mediana da adrenal esquerda D0 = 0,77 cm; mediana D180 = 0,97 cm; p = 0,09). O mesmo foi observado para a espessura da glândula adrenal direita (Tri + Sel mediana D0 = 0,65 cm; mediana D180 = 0,58 cm; p = 0,2 versus Tri mediana D0 = 0,58 cm; mediana D180 = 0,77 cm; p = 0,04). Além disso, os pacientes do grupo Tri + Sel parecem ter alcançado melhor controle metabólico ao longo da avaliação se observados os valores de fructosamina e colesterol total. Não obstante, nenhuma diferença no controle clínico ou no estado da função cognitiva foi percebida entre os grupos. A associação entre trilostano e selegilina parece uma terapia complementar segura e promissora para o HPD canino. No entanto, mais estudos são necessários avaliando um maior número de pacientes para esclarecer o real efeito dessa associação, assim como maior tempo de seguimento.