Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Goellner, Emanuelle |
Orientador(a): |
Silva, Onilda Santos da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/234745
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Resumo: |
Pesquisas têm demonstrado que alguns inseticidas químicos sintéticos induzem resistência em várias espécies de mosquitos vetores, em especial Aedes aegypti (Diptera: Culicidae). Essa espécie é competente para transmitir vários arbovírus patogênicos ao homem, como dengue, febre amarela, zika e chikungunya. Assim, a busca de novos compostos que possam auxiliar no controle dessa espécie de mosquito é de vital importância. Neste trabalho, o potencial de seis sais imidazólicos candidatos a larvicidas é avaliado sobre Ae. aegypti nativos e a cepa de referência (Rockefeller). Inicialmente, faz-se um estudo georreferenciado em Passo Fundo-RS, onde se obtiveram ovos que foram utilizados para comparação com a cepa de referência. São apresentados resultados de testes laboratoriais de suscetibilidade em larvas expostas por até 48 horas, sob 10 diferentes concentrações (0.039 - 20μ/L). Além disso, verificou-se a persistência residual dos sais, bem como a influência de diferentes temperaturas (15, 25, 30 e 40°C) e de luz ultravioleta, na eficácia dos sais sobre as larvas. Como parte complementar, avalia-se a toxicidade dos sais sobre larvas, por meio de cortes histológicos e compara-se a influência dos sais e do inseticida organofosforado Temefós na germinação de sementes de alface Lactuca sativa (Asteraceae), bem como no desenvolvimento da plântula. O georeferenciamento identificou focos do vetor em seis bairros do município de Passo Fundo/RS. que conforme dados da vigilância epidemiológica representam os bairros com maior número de focos entre os anos de 2016 e 2017. Os sais apresentaram diferentes graus de atividade. Destes C16MlmMes e C18MlmCl foram os mais ativos, em concentrações muito baixas (10-20μg/L), causando mortalidade em 100% das larvas em até 48 horas. Em meio aquoso apresentaram ação residual por até quatorze dias. Em condições ambientais laboratoriais permaneceram ativos por até 12 meses. Nas temperaturas entre 35-40 ºC, os sais foram mais ativos para as larvas do que em temperaturas mais baixas (15 e 25 ºC). Não houve diferença significativa entre a mortalidade das larvas coletadas no campo, em relação aquelas de laboratório, em todos os testes realizados. Quando expostas a uma dose subletal LC20 em diferentes estádios, as larvas em 1º e 2º ínstares não se desenvolveram, após três dias, 100% foram inviabilizadas. As larvas de 3º instar se desenvolveram até atingirem o estágio de pupa, mas não sobreviveram até a fase adulta. Nenhuma larva chegou ao quarto estádio. Esses resultados indicam que, além de larvicida, os sais parecem servir como inibidor de crescimento. Nas condições em que foram realizados os bioensaios, a luz ultravioleta não interferiu na qualidade do sal, por pelo menos 24 horas de exposição. Talvez quando tetados em ambiente natural, a resposta seja a mesma, indicando que os sais podem ser totalmente utilizados a campo. Embora macroscopicamente as larvas parecem ter sofrido lesões patogênicas quando tratadas com os sais, nos estudos com cortes histológicos não foi possível identificar lesões em tecidos ou órgãos. Apenas observou-se pequena desestruturação celular na parede do intestino de poucas larvas. É necessário que mais estudos sejam conduzidos, com um número maior de larvas, a fim de identificar as lesões, macroscópicas. Com relação aos testes de desenvolvimento de L. sativa, os sais induziram à quebra mais rápida da dormência das sementes, estimulando sua germinação e consequente crescimento das plântulas. Nos testes com o organofosforado Temefós a germinação das sementes foi retardada inibindo o crescimento das plântulas. Nesse sentido, e nas condições em que os testes foram realizados, os sais imidazólicos não afetaram os organismos não-alvo em condições ambientais. Os sais testados são tóxicos às larvas em doses baixas e por longo período de tempo. Além disso, não são tóxicos para os organismos não-alvos que foram testados. Deste modo, com base nos resultados obtidos, se poderá contribuir futuramente na estratégia de controle de mosquitos e consequente impacto nas epidemias de arboviroses. |