“A vida é uma batalha” : o baralho e as perspectivas de luta e proteção na Comunidade Quilombola São Roque

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Del Ré, Mégui Fernanda
Orientador(a): Anjos, José Carlos Gomes dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/264947
Resumo: Esta tese, realizada junto aos moradores da comunidade quilombola São Roque, localizada na zona rural do município de Arroio do Meio (RS), sul do Brasil, busca apreender algumas dimensões de seu particular modo de existência. Através da etnografia das relações com não humanos e o jogo de cartas, pôde-se vislumbrar parte de concepções complexas sobre território, organização política, espiritualidade, parentesco e alguns dos agenciamentos históricos que compõem os territórios negros do estado, particularmente do Vale do Taquari, região conhecida pela imigração de colonos europeus. A constituição da coletividade como remanescente de quilombo é localizada num amplo espectro temporal e espacial, vivenciado de forma múltipla, perpassado por narrativas sobre Theobaldo, ex-escravizado, fundador da comunidade e antepassado de todos os moradores, como iniciador de procedimentos de proteção espiritual e de organização das forças existenciais que têm espaço no território, desde sua origem. A dimensão da luta pela existência emerge, transversalmente, nas práticas estudadas, com todos os seres, relações, objetos, particularmente construídos, destacando os diálogos de São Roque com as instituições do estado brasileiro, e as formas de que se revestem, como provenientes de uma ontologia específica, visualizada nas composições do baralho de cartas, posto nas mesas das casas da comunidade.