Efeitos do treinamento aeróbico ou de força sobre respostas cardiovasculares, endoteliais e de fluxo sanguíneo em hipertensos de meia-idade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Ramis, Thiago Rozales
Orientador(a): Oliveira, Álvaro Reischak de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/213749
Resumo: INTRODUÇÃO: As doenças cardiovasculares (DCV) representam a maior causa de mortalidade no mundo, sendo que a hipertensão arterial sistêmica (HAS) está estreitamente relacionada com a ocorrência de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. Paralelamente, o exercício físico promove a hipotensão pós-exercício (HPE) e, além disso, o treinamento físico pode trazer diversos benefícios metabólicos e cardiovasculares que o tornam uma estratégia não medicamentosa, podendo auxiliar de forma direta e indireta na hipertensão. Entretanto, conclusões acerca dos efeitos das diferentes modalidades e mecanismos, que expliquem as respostas agudas e crônicas, são limitadas em hipertensos de meia-idade. OBJETIVO GERAL: Avaliar o efeito agudo do exercício pré e pós 12 semanas de treinamento aeróbio ou de força sobre marcadores sanguíneos de vasodilatação e vasoconstrição do endotélio vascular, assim como analisar a repercussão sobre a dilatação mediada por fluxo (DMF) e o efeito agudo e crônico sobre a pressão arterial em indivíduos hipertensos de meia-idade. MÉTODOS: 42 sedentários, sendo 19 do sexo feminino, foram randomizados em três grupos experimentais: 15 (45,8±6,8 anos) no grupo treinamento aeróbico (GTA), 15 (46±7,2 anos) no grupo treinamento de força (GTF) e 12 (44,2±8,3 anos) no grupo controle (GC). Participantes do GTA ou GTF completaram três sessões semanais de exercício durante 12 semanas. As sessões foram realizadas por 60 min e a intensidade do exercício aeróbico ou força foi de moderada a alta, dependendo da semana da periodização. Foram avaliados no período pré e pós-intervenção: o consumo pico de oxigênio (VO2pico), DMF, perfil lipídico, marcadores sanguíneos de vasodilatação e vasoconstrição, pressão arterial de repouso, monitorização ambulatorial da pressão arterial em repouso (MAPA), composição corporal, espessura muscular, HPE, monitorização ambulatorial da pressão arterial pós-exercício (MAPAex) e as concentrações de nitritos e nitratos (NOx) e endotelina-1 (ET-1) até 30min depois de uma sessão de exercício. Os dados foram estruturados e analisados utilizando SPSS versão 22.0. A comparação entre os grupos (variáveis de caracterização ou deltas) foi realizada ANOVA one-way. A comparação, pré e pós-intervenções, foi realizada através do método de equações de estimativas generalizadas. Em relação aos testes, quando necessários, foram utilizados o post-hoc correspondente (ClinicalTrials.govNCT03282942). RESULTADOS: Estudo de respostas agudas. A MAPA e o MAPAex não demonstraram diferenças. A hipotensão da pressão arterial sistólica /diastólica (PAS/PAD), após exercício aeróbico, foi de -10.59±5.24 / -6.15±6.41 mmHg e de -5.56±7.61 / -6.20±8.25 mmHg no exercício de força. As concentrações de NOx, ET-1 e seus respectivos deltas não apresentaram alterações entre grupos ou ao longo do tempo. Ensaio Clínico Randomizado. (pré e pós): o GTA e o GTF aprimoraram o VO2pico, DMF, diminuíram lipoproteínas de baixa intensidade, MAPA e MAPAex. O GTF aumentou a massa muscular e espessura muscular. O GTA promoveu o aumento de NOx, lipoproteínas de alta intensidade, diminuição das concentrações de colesterol total, da PAS e frequência cardíaca de repouso quando comparadas a pré-intervenção. Além disso, a HPE pós-treinamento foi menor no GTA do que no GCA, (-5.55±5.04 vs -13.00±7.00mmHg) e a área sob a curva da pressão arterial média do GTA, (87.59±7.56) foi menor que o GCA e GCF(96.54±5.55 e 96.35±8.44). CONCLUSÃO: A prática regular de exercícios aeróbicos trouxe mais benefícios sobre a pressão arterial do que o treinamento de força, embora a maioria das comparações entre GTA e GTF não tenham apresentado diferenças significativas.