Impacto de uma campanha de identidade visual sobre o processo de administração de dieta por sonda nasoenteral e sobre a segurança do paciente : ensaio clínico aberto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Stella Marys Rigatti
Orientador(a): Beghetto, Mariur Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/253713
Resumo: Introdução: Apesar do uso de Sonda Nasoenteal (SNE) possibilitar a manutenção do estado nutricional, pacientes em uso destes dispositivos estão expostos a riscos e incidentes relacionados às diferentes etapas que envolvem a Terapia Nutricional Enteral (TNE). Dessa forma, torna-se importante que os profissionais de enfermagem não só conheçam as melhores práticas disponíveis para o cuidado em TNE, mas também adotem práticas seguras a fim de minimizar os riscos. Considerando que em outras áreas da saúde, intervenções no formato de campanhas, com pôsteres e recursos visuais, mostraram-se efetivas na melhoria da segurança do paciente, tornou-se relevante a implementação de uma campanha de identidade visual, com lembretes e alertas sobre os cuidados básicos a serem prestados ao paciente em uso de TNE por SNE, bem como a avaliação de seu efeito. Objetivo: Avaliar o impacto da implantação de uma campanha de identidade visual sobre a segurança do paciente recebendo dieta por SNE. Método: Trata-se de um ensaio clínico aberto, cuja intervenção foi uma campanha de identidade visual aplicada às equipes de enfermagem de unidades de internação (UI) adulto de um hospital público universitário de referência (Hospital de Clínicas de Porto Alegre). Os grupos intervenção e controle (GI e GC) foram compostos pelos pacientes usuários de SNE de quatro unidades de internação (clínica e cirúrgica). O estudo apresentou as seguintes etapas: 1) avaliação da concordância interobservadores; 2) avaliação de pacientes (baseline); 3) Intervenção da campanha de identidade visual com as equipes das unidades do GI; e 4) avaliação de pacientes pós-intervenção. As equipes de enfermagem do GI (uma UI clínica e uma UI cirúrgica) foram convidadas a participar da campanha "CUIDE", que constituiu-se de: a) sensibilização das equipes com distribuição de crachás com "lembretes" de cuidados aos pacientes com SNE; b) um cartaz semelhante ao crachá foi fixado à beira do leito do paciente; e c) sensibilização para adesão ao uso de etiquetas de vias "Enteral" a serem fixadas às conexões da SNE e do equipo da dieta. O GC (uma UI clínica e uma UI cirúrgica) não recebeu nenhuma intervenção. Os pacientes elegíveis de ambos os grupos foram acompanhados, diariamente, sendo avaliadas conformidades e não conformidades em relação aos cuidados com SNE por meio de um checklist. Os dados foram coletados em Formulários do Google®, cujas respostas constituem planilhas em formato Microsoft Excel®. A análise de dados foi realizada por meio do Statistical Package for the Social Sciences – SPSS versão 20.0®. A comparação da concordância foi obtida a partir do coeficiente Kappa e, a comparação entre as proporções do cumprimento de rotinas entre grupos (GI e GC), pré e pós intervenção e sua interação foi procedida por meio de Modelo de Equações de Estimações Generalizada (GEE). O estudo é derivado de um estudo matriz que foi aprovado quanto a seus aspectos éticos e metodológicos (CAE: 63247916.5.0000.5327) e com registro no Clinical Trials (NCT 03497221). Resultados: Conforme etapas do estudo, verificaram-se os seguintes resultados: 1) houve boa concordância entre avaliadores previamente capacitados (k ≥ 0,83); 2) no baseline observou-se que pacientes do GI e do GC eram semelhantes diferenciando-se nos motivos de internação e indicação da SNE; 3) a intervenção de campanha "CUIDE" não teve impacto relevante na rotina assistencial, havendo baixa adesão ao uso das etiquetas de vias ("Enteral"); 4) a intervenção apresentou poucos itens específicos com melhora, não sendo possível afirmar que a campanha, isoladamente, tenha apresentado efeito na adesão de protocolos de cuidados ao paciente em TNE. Conclusões: A intervenção de campanha de identidade visual não teve impacto em melhorar a adesão aos cuidados de pacientes usuários de SNE. Isso sugere que uma intervenção isolada não é suficiente para mudar o comportamento dos profissionais.