Efeito de uma intervenção de simulação clínica sobre as práticas de técnicos de enfermagem no cuidado ao paciente em uso de sonda nasoenteral : ensaio clínico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Corrêa, Ana Paula Almeida
Orientador(a): Beghetto, Mariur Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/271335
Resumo: Introdução: Diferentes estratégias de treinamentos têm sido utilizadas para disseminar diretrizes, rotinas e protocolos a trabalhadores da área da saúde em diversas áreas, assim como na Terapia Nutricional Enteral (TNE). Metodologias ativas de aprendizado, como a simulação clínica, têm sido incorporadas ao ensino universitário e podem ser promissoras para a aquisição de habilidades no cuidado ao paciente em uso de TNE por sonda nasoenteral (SNE). Objetivo: Avaliar o efeito de uma intervenção educativa (simulação clínica) sobre a adesão às rotinas de cuidado ao paciente em uso de SNE. Método: Trata-se de um ensaio clínico (NCT03497221), cuja intervenção foi um cenário de simulação clínica sobre cuidados a pacientes em uso de TNE empregado para técnicos de enfermagem. Foram formados dois grupos: Grupo Intervenção (GI) constituído por pacientes internados nas unidades 5ºN e 9ºN, cujos técnicos de enfermagem participaram da intervenção (simulação clínica) e o Grupo Controle (GC), constituído por pacientes das unidades 6ºN e 8ºN onde os técnicos não participaram da intervenção. O estudo foi desenvolvido em etapas: (1) Avaliação da concordância entre observadores, (2) Avaliação de pacientes, Pré-intervenção (baseline), (3) Realização da intervenção de simulação clínica junto aos técnicos de enfermagem das unidades que constituíram o GI e (4) Avaliação de pacientes Pós-intervenção. A intervenção consistiu em um cenário de simulação clínica de baixa fidelidade, embasado em Protocolos Assistenciais Padrão (POPs) de cuidados a pacientes em uso de dieta por SNE. Os pacientes em uso de SNE de ambos grupos foram acompanhados e, diariamente, foram medidas as conformidades/não conformidades das rotinas por meio de um checklist. Outros aspectos relativos à assistência e à gestão do cuidado também foram avaliados. Os dados foram coletados por meio do Google Forms®, exportados para o Microsoft Excel®, onde foram codificados e conferidos. A análise dos dados foi procedida no programa estatístico Statistical Package for the Social Sciences - SPSS versão 21.0®. O estudo foi aprovado quanto a seus aspectos éticos e metodológicos (CAE: 63247916.5.0000.5327). Resultados: Identificaram-se os seguintes resultados de acordo com cada uma das etapas do estudo: (1) Houve excelente concordância entre observadores previamente capacitados (Kappa >0,890 entre todas pesquisadoras) no emprego de um checklist; (2) Na avaliação pré intervenção (baseline), os grupos GI e GC eram comparáveis; (3) Os técnicos de enfermagem do GI, participantes da intervenção de simulação clínica, falharam em identificar não conformidades, referentes às rotinas assistenciais ao paciente em uso de TNE, presentes no cenário de simulação. Muitos não identificaram situações inseguras como o fato de o manequim estar recebendo dieta com a cabeceira baixa, por exemplo. Uma proporção ainda maior de não conformidades deixou de ser identificada, quando envolvia maior julgamento (subjetividade); (4) A intervenção não produziu efeito substancial, não sendo observada incremento significativo no cumprimento de rotinas assistenciais pelo GI após sua participação no cenário de simulação. Conclusões: Capacitação prévia e supervisão produzem concordância entre avaliadores ao supervisionarem práticas assistenciais; técnicos de enfermagem, ao participarem de um cenário de simulação clínica isolado, sem capacitação prévia, demonstram dificuldade de identificar práticas inseguras na administração da TNE. A exposição de técnicos de enfermagem a um único cenário de simulação clínica, apesar de aumentar a proporção de cumprimento de algumas rotinas, não promove, de modo suficiente, práticas seguras na administração de TNE.