Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Damasceno, Marcelo Oliveira |
Orientador(a): |
Fuao, Fernando Delfino de Freitas |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/180102
|
Resumo: |
Há mais de um século, a população pobre da cidade de Porto Alegre sofre com remoções. Percebe-se uma continuidade na prática de políticas remocionistas em determinadas localidades da capital gaúcha e, recentemente, milhares de pessoas foram removidas por causa de obras diretamente relacionadas a realização do megaevento Copa do Mundo 2014 na cidade. A forma como se deu esse processo revelou que as remoções e a consequente transformação urbana não ocorrem de forma pacífica. A cidade é uma arena de disputa entre diversos grupos sociais em que se confrontam diferentes discursos sobre a sua construção, ganhando corpo tanto em uma dimensão discursiva quanto material. São objetos de investigação deste trabalho as transformações que motivaram as desapropriações do espaço a partir das intervenções urbanas e as consequentes remoções de comunidades, favelas e vilas para a construção ou remodelação de arquiteturas urbanas, bem como o deslocamento das pessoas para outras áreas da cidade. Para tanto, são analisados três territórios que sofreram remoções: Ilhota, Dique e Tronco. A Ilhota é uma comunidade que sofreu a maior remoção da cidade no final dos anos 1970, devido a um processo de gentrificação do centro da capital Dique e Tronco são comunidades que sofreram remoções depois do anúncio que o megaevento Copa do Mundo seria realizado na cidade. Com a ideia de construir cartografias das remoções, três instrumentos foram utilizados como forma de registro, análise e construção de saberes para detectar pontos de conflitos e injustiças nesses territórios: (i) documentário sobre as violências sofridas e as resistências à remoção para a permanência de suas casas; (ii) mapas que evidenciam a periferização das pessoa que sofreram as remoções; (iii) levantamento dos mecanismos de remoção empregados pelo Estado para pressionar as famílias a saírem de suas casas. As cartografias das remoções buscam tratá-las como um dos eixos de um projeto de transformação profunda na dinâmica urbana, envolvendo de um lado novos processos de elitização e mercantilização da cidade, e de outro, novos padrões de relação entre o Estado e os agentes econômicos e sociais, marcados pela negação das esferas públicas democráticas de tomada de decisões e por intervenções autoritárias. |