Perto e longe do coração selvagem : um estudo antropológico sobre animais de estimação em Porto Alegre, Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Pastori, Erica Onzi
Orientador(a): Lewgoy, Bernardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/71932
Resumo: Esta dissertação investiga transformações contemporâneas em práticas e costumes de donos nas relações com seus animais de estimação. Nas últimas décadas, os animais têm passado por uma modificação de estatuto (LEWGOY et alli, 2011; PIETTE, 2002), sendo transformados em sujeitos na relação com os humanos. Para investigarmos tal processo, que tem sido denominado de “humanização” dos animais de estimação, realizamos esta pesquisa por meio de metodologia etnográfica, cuja observação participante mais prolongada foi desenvolvida numa clínica veterinária de Porto Alegre. A partir dos dados construídos em campo, produzimos este exercício por meio de uma antropologia das relações entre humanos e animais, através de uma aproximação teórica maior à obra do etnólogo francês Jean-Pierre Digard, na interface das antropologias das emoções, econômica e do corpo e da saúde animal. Desta maneira, temos um painel etnográfico que se volta para as transformações contemporâneas das relações entre humanos e animais. Verificamos uma íntima relação entre o discurso do “amor incondicional”, que os donos afirmam receber de seus animais de estimação, e o crescimento do mercado pet, sendo uma de suas principais dimensões o mercado de saúde animal, do qual os médicos veterinários são integrantes. Percebemos em campo uma tendência acentuada de tradução (LATOUR, 1994) da medicina humana para a veterinária, com crescimento das especialidades médico-veterinárias, integrando o processo de humanização dos pets. Finalmente, constatamos a “pediatrização” e a “geriatrização” dos pets, que acompanham as distintas fases da vida dos animais de estimação.