Perfil de saúde e insegurança alimentar : um olhar sobre trabalhadores das unidades de triagem de resíduos da zona leste de Porto Alegre - RS

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Soares, Cássia Medino
Orientador(a): Dall'Alba, Valesca
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/188896
Resumo: Introdução: Observa-se que em áreas de maior vulnerabilidade social, há altos níveis de insegurança alimentar, doenças infecciosas e doenças secundárias à desnutrição. Entretanto, estudos com indivíduos vulneráveis, como recicladores, são escassos, resultando na falta de programas de prevenção e promoção da saúde para essa população. O objetivo deste estudo foi descrever o perfil de saúde de duas Unidades de Classificação Residual do Sul do Brasil em termos de perfil nutricional, presença de insegurança alimentar, uso de substâncias e doenças sexualmente transmissíveis (DST). Método: Estudo transversal com adultos que realizaram a triagem dos resíduos, submetidos à avaliação clínica e nutricional. Utilizou-se a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) para avaliar segurança alimentar/ insegurança, o Teste de Rastreio do Envolvimento com Álcool, Tabaco e Substância (ASSIST) para avaliar o uso de substâncias e o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) que avaliou os níveis de atividade física. Testes rápidos foram usados para detectar HIV, hepatite B, hepatite C e sífilis. Resultados: Os participantes (n = 123) eram em maioria negros (58%), mulheres (66%), com baixa escolaridade (73%) e com média de idade de 35 ± 13 anos. Em relação ao uso de substâncias, identificou-se que 47% necessitaram de intervenção em relação ao tabaco e 12% em relação ao álcool. Nesta população, detectou-se uma taxa de 74% de insegurança alimentar em algum grau, sendo 16,5% de insegurança severa. A presença de sobrepeso/obesidade foi identificada em 57% dos participantes, sendo que 62% das mulheres e 22% dos homens apresentaram circunferência da cintura aumentada, o que aumenta os riscos para doenças cardiovasculares. Em relação aos testes rápidos, a maior taxa de positividade foi para sífilis (11%), seguida pela hepatite C (2%) e HIV (1%). Nenhum caso de hepatite B foi detectado. Conclusão: Os resultados indicaram que essa população é altamente vulnerável e apresenta alto risco nutricional. A presença de insegurança alimentar foi detectada na maioria dos trabalhadores e quase metade deles necessitou de intervenção 9 para uso de substâncias. Além disso, a prevalência de hepatite C foi maior que a média nacional e três vezes maior que a média da região sul do Brasil. É essencial que tanto a sociedade quanto o governo reconheçam a existência desses problemas para que medidas efetivas, como intervenções educacionais para a promoção da saúde, possam ocorrer.