Miopatia dorsal cranial em frangos de corte: caracterização anatomopatológica, colheita e análise de dados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Zimermann, Francielli Cordeiro
Orientador(a): Nascimento, Vladimir Pinheiro do
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/60576
Resumo: A miopatia dorsal cranial (MDC) acomete frangos de corte e é verificada a partir dos 33 dias de vida, quase exclusivamente nas linhas de abate e em diferentes matadourosfrigoríficos dos três estados do sul do Brasil, aonde vem causando prejuízos com condenações parciais e totais, gerando crescente preocupação, já que é um problema completamente desconhecido e faz parte de um alimento consumido em todo o mundo. O objetivo desta pesquisa foi fazer uma caracterização anatomopatológica da MDC, através da colheita e análise de dados relacionados ao problema em uma empresa avícola do sul do país. A caracterização foi realizada através de um estudo anatômico, avaliações macroscópicas e microscópicas do músculo envolvido e avaliação de outros músculos e vísceras de carcaças com lesão dorsal na busca de informações que pudessem indicar alguma etiologia conhecida. A colheita e análise de dados foi realizada em uma empresa com 0,5% ao mês de condenação por MDC. Pesquisou-se a idade de início da lesão nos frangos, a presença de possíveis problemas nutricionais e/ou miotóxicos e análise do banco de dados da condenação para alguns parâmetros zootécnicos. Pode-se verificar no estudo anatômico que na carcaça com MDC a vascularização local não estava evidente. A lesão macroscópica no músculo Anterior Latissimus Dorsi (ALD) foi 89% bilateral (de 110 carcaças avaliadas). A pele do local apresentou coloração amarelada, aumento de volume subcutâneo e ao corte, presença de fluido gelatinoso amarelo citrino e inodoro. Os músculos ALD lesionados apresentavam as superfícies inferiores e/ou superiores hemorrágicas, aumento da consistência, palidez e aderência aos músculos adjacentes e ao corte, aumento da espessura quando comparado a músculos sem alteração. Microscopicamente a lesão foi caracterizada como multifásica com presença de algumas fibras ainda viáveis, fibras em degeneração hialina, necrose flocular, outras em regeneração e extensa proliferação de tecido conjuntivo fibroso além de tecido fibro-adiposo. Tecido de granulação altamente vascularizado na periferia da lesão necrótica e envolvendo todo o músculo foi freqüentemente observado com grande quantidade de células inflamatórias mononucleares. Granulócitos foram verificados em alguns cortes do ALD macroscopicamente alterado. O ALD e demais músculos, sem lesão macroscópica, apresentaram lesões microscópicas de leves a muito intensas, sendo hialinização e necrose flocular as lesões predominantes em todos os outros músculos. Lesão microscópica foi encontrada tão cedo quanto 23 dias de vida. Nos corações, não foram encontradas alterações significativas. Nas moelas verificou-se picnose difusa nos miócitos. Os rins e as bursas de Fabricius apresentaram lesões, como severa necrose tubular e intensa depleção linfóide (>70%), respectivamente. Erros de dosagem do premix (vitamina E, selênio e ionóforos) na ração de frangos com MDC foram encontrados. Já sementes de Senna occidentalis não foram encontradas no alimento das mesmas. Machos, de linhagens pesadas, apresentando maiores médias de peso e idade ao abate apresentaram os maiores percentuais de condenação por MDC (P<0,01). Conclui-se que a MDC é multifásica, ocorrendo a partir de diferentes momentos de insulto e acomete com maior freqüência frangos pesados e de crescimento rápido. Deficiência de vitamina E e selênio ou níveis tóxicos de ionóforos podem estar contribuindo na indução desta “nova” miopatia.