Contribuições do conhecimento dos pescadores no estudo da estrutura trófica de peixes e da pesca em rios da Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Pereyra, Paula Evelyn Rubira
Orientador(a): Silvano, Renato Azevedo Matias
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/238886
Resumo: Os ambientes de água doce podem ser considerados um dos mais alterados e ameaçados do mundo. Na Amazônia Brasileira, os organismos estão vulneráveis aos impactos que estão em ascensão, como represas, mineração, desmatamento e a pesca excessiva. A partir de abordagens ecológicas como a análise de isótopos estáveis (AIE) e redes de interação, é possível avaliar mudanças tanto naturais quanto de origem antropogênica que estão ocorrendo nas comunidades. No entanto, em ambientes tropicais o conhecimento sobre ecologia trófica dos peixes ainda é reduzido. Nesse sentido, o conhecimento ecológico local (CEL) dos pescadores pode contribuir no entendimento do uso dos recursos alimentares, visando avançar no entendimento da utilização dos recursos e mudanças ao longo do tempo. No capítulo 1, a partir de entrevistas (CEL dos pescadores) e AIE, o objetivo principal foi calcular a posição trófica de seis espécies de peixes importantes para a pesca nos rios Tapajós e Tocantins. Os níveis tróficos médios dos peixes não diferiram entre a AIE e o CEL dos pescadores em ambos os rios, exceto para o peixe aracu (Leporinus fasciatus) no rio Tapajós. Os principais alimentos consumidos pelos peixes de acordo com o CEL dos pescadores estavam de acordo com a literatura biológica. Além disso, os pescadores forneceram informações úteis sobre hábitos alimentares de predadores dos peixes. No capítulo 2, através de entrevistas com pescadores em três rios da Amazônia (Negro, Tapajós e Tocantins), foram construídas redes ecológicas com o objetivo de compreender a dieta de peixes frugívoros. Quando consideramos os três rios, os pescadores citaram um total de 98 itens consumidos por seis espécies de peixes frugívoros. O padrão mais aninhado da rede do rio Tocantins pode sugerir a perda de interações especializadas em comunidades que sofreram distúrbios, já à rede do rio Tapajós pode ser considerada mais robusta a mudanças devido a uma maior modularidade. No capítulo 3, o nosso objetivo foi compreender e acessar mudanças na pesca no rio Tapajós com base no CEL dos pescadores a partir da abordagem de redes de interações. Os resultados demonstraram que menores valores de modularidade e maiores de aninhamento, que é o caso da rede baseada em informações de pescarias atuais, tendem a diminuir a persistência em caso de distúrbios, indicando uma menor resiliência do sistema. Não ocorreram mudanças nas espécies de peixes utilizadas pelos pescadores desde o início de suas atividades (passado) e atualmente. No entanto, atualmente ocorreu um forte rearranjo nas interações entre os pescadores e os recursos pesqueiros, ocorrendo um maior direcionamento para determinadas espécies- alvo, indicando possível aumento da pressão pesqueira.