Influência da heterogeneidade do substrato e da profundidade sobre as categorias tróficas de peixes de igarapés na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Valle, Fabíola Artemis Souza do
Outros Autores: http://lattes.cnpq.br/2744151493297390
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Amazonas
Instituto de Ciências Biológicas
Brasil
UFAM
Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.ufam.edu.br/handle/tede/4591
Resumo: Variações nos tipos de substrato submerso e na profundidade do canal são características físicas de ambientes de riachos que desempenham papel importante na determinação da estrutura trófica das comunidades de peixes. Entretanto, essas relações em riachos tropicais e em igarapés amazônicos são insipientes. Neste sentido, foram estudados aspectos ecológicos relacionados à estrutura trófica de comunidades de peixes em igarapés de terra firme, especialmente aqueles relacionados à influência que a heterogeneidade de substratos e a profundidade exercem sobre composição das categorias tróficas dos peixes. Foi estudada a estrutura trófica de 59 igarapés de 1ª e 2a ordem em diferentes áreas da Amazônia Brasileira, que resultaram na classificação trófica de 172 espécies de peixes. Não houve correlação entre a diversidade de categorias tróficas dos peixes e a diversidade de substratos ou a profundidade do canal nas áreas de amostragem. Entretanto, a biomassa relativa dos peixes nas amostras apresentou relação positiva com a diversidade dos substratos, mas não com a profundidade. As análises de conteúdos estomacais dos peixes revelaram que os itens de origem autóctones tem maior importância; grande parte das espécies estudadas foi classificada como insetívoro autóctone. É possível que a ausência de relação entre heterogeneidade do substrato e diversidade de categorias tróficas decorra do fato do sistema das espécies de peixes ocuparem quase a totalidade da pequena coluna d’água, apresentarem a dieta generalizada e uma estratégia de forrageamento oportunista, consumindo tanto itens autóctones quanto alóctones explicando, portanto, a ausência de relação entre a diversidade de categorias tróficas e de substratos. Assim, os diferentes tipos de substrato são utilizados para abrigo e forrageamento, explicando a ausência de correlação. A profundidade do ambiente não influenciou na diversidade das categorias tróficas, uma vez que igarapés de cabeceiras possuem dimensões menores e dossel bem fechado, o que impede a entrada de luz e, consequentemente, a presença de indivíduos de maior porte. A ausência de correlação da biomassa relativa de peixes com a profundidade pode ser explicada pela limitação física para o uso do espaço (representada pela baixa profundidade do canal), que parece ser um fator importante e que impossibilita a ocupação dos pequenos igarapés por uma maior diversidade de espécies.Por outro lado, a relação observada entre a biomassa relativa de peixes e a diversidade de substratos deve ser resultado dos recursos energéticos oriundos de processos autotróficos, que parecem suprir uma grande quantidade de indivíduos e/ou peso total de peixes, o que faz com que esses organismos dependam de recursos alimentares de origem autóctone.