“O que aconteceu com a escola cidadã?” : efeitos de sentidos sobre a Escola por Ciclos em Porto Alegre

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fernandes, Kelly da Silva
Orientador(a): Fiss, Dóris Maria Luzzardi
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Espanhol:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/193409
Resumo: A pesquisa presente se constitui de uma análise de discursos enunciados por seis professoras de uma escola da rede pública municipal de Porto Alegre em situação de grupo focal no segundo semestre do ano de 2018. Ela assume como objetivo evidenciar sentidos de cidadania que ressoam, ou não, no discurso docente a fim de compreender as particularidades da instituição educacional e eventuais transformações nos sentidos de cidadania, considerando um recorte temporal que inicia na época da implantação dos ciclos e se estende até a atualidade. A dissertação é resultado de uma investigação derivada de interesse que motivou a escrita do Trabalho de Conclusão de Curso da graduação em Letras, em 2008, e, tendo permanecido, se materializou ao longo do Mestrado em Educação em estudo cuja temática principal corresponde à interpretação dos sentidos de cidadania na escola desde um viés discursivo. Quanto aos sentidos de cidadania, essa pesquisa objetiva identificar relações estabelecidas desde os discursos docentes dessa escola ciclada, compreendendo de que forma neles ressoam discursos outros e como isso determina os processos de assujeitamento ideológico dos sujeitos participantes. Os discursos analisados representam uma das possibilidades de realização do discurso pedagógico como ocorre na escola, sendo, portanto, aqui regionalizados como filiados a uma Formação Discursiva Escolar, que recebe diferentes adjetivações a fim de explicitar diferentes tendências pedagógicas que se realizam discursivamente: Formação Discursiva Escolar Cidadã e Formação Discursiva Escolar Tradicional / Mercadológica. As conversas do grupo focal formado por seis docentes foram gravadas em dois encontros, em setembro e outubro de 2018. As falas foram organizadas a partir de tópicos guia propostos pela pesquisadora e, posteriormente, transcritas. Oito sequências discursivas constituíram o recorte analisado. Ele foi escolhido a partir da operação de observação do corpus na qual se destaca o que é dito demais, o excesso, conforme Aracy Ernst-Pereira e Regina Mutti propõem, buscando que todas as participantes do grupo fossem representadas e que todos os tópicos guia fossem tratados. Além da noção de Formação Discursiva, a pesquisa também mobilizou as noções de Formação Ideológica e de Sujeito, a partir de uma perspectiva de fragmentação em diferentes modalidades de identificação com a forma-sujeito de uma formação discursiva, consoante discutem Michel Pêcheux e, mais recentemente, Freda Indursky. Os efeitos de sentido identificados apontam para, pelo menos, três possibilidades de identificação no interior da Formação Discursiva: Posição-Sujeito Professora Cidadã, Posição-Sujeito Professora Cidadã Subversiva e Posição-Sujeito Professor Infiltrado. A análise também possibilitou uma atualização da pesquisa anterior, relocando as Formações Discursivas Escolares no interior de uma Formação Ideológica Capitalista e acrescendo ao nome da Formação Discursiva Escolar, que organiza os dizeres da escola tradicional, a adjetivação Tradicional / Mercadológica.