Currículo de licenciatura em educação física e políticas educacionais de gênero e de diversidade sexual : articulações (im)possíveis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Santos, Luciene Neves
Orientador(a): Meyer, Dagmar Elisabeth Estermann
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/107986
Resumo: Nesta tese, analiso os modos pelos quais o currículo do curso de licenciatura em Educação Física da Universidade do Estado de Mato Grosso se articula com políticas educacionais contemporâneas de gênero e de diversidade sexual. Para esse fim, mobilizei os campos teóricos e metodológicos dos estudos culturais, de gênero e sexualidade na perspectiva pós-estruturalista, procurando compreender e tensionar os modos de produção desse currículo, especificamente durante os estágios supervisionados em ensino médio, os quais acontecem no último semestre do referido curso. Para produzir o corpus desta pesquisa, utilizei dois procedimentos metodológicos diferentes: o exame de documentos do curso, tais como projeto político pedagógico, planos de ensino e relatórios de estágio do ano letivo 2011, e a realização de entrevistas com 12 (doze) professoras/es que se formaram nessas turmas de 2011. As análises, realizadas na perspectiva da análise cultural, permitem assinalar que os modos de vinculação desse currículo de formação de professoras/es de Educação Física com as proposições dos textos de políticas educacionais de diversidade sexual e de gênero não acontecem de forma tão direta, mas por meio de orientações das atuais políticas educacionais brasileiras, entre as quais destaco os processos de inclusão que se dirigem a um amplo conjunto de grupos sociais, entre eles a população LGBT e mulheres. Ao mesmo tempo, alguns discursos da Educação Física tradicional produzem um ‘silenciamento’ acerca das múltiplas possibilidades de se viverem sexualidades e gênero. Assim, durante os estágios argumentos como os de que não se deve separar as/os estudantes, de que não se pode discriminar, de que se deve incluir coexistem com outros que afirmam que não é bom juntar as/os estudantes por conta de diferenças de habilidade e força e/ou por conta dos riscos decorrentes da sexualidade 'descontrolada’, podendo ser tomados, pois, como efeitos de práticas discursivas, as quais constituem e são constituídas por discursos de diversidade e diferença, sendo que em tais discursos se articulam às noções de respeito que constituem as políticas de inclusão e de diversidade.