Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Souza, Elaine de Jesus |
Orientador(a): |
Meyer, Dagmar Elisabeth Estermann |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/181806
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Resumo: |
Nesta tese problematizo os modos de incorporação da Educação Sexual no currículo de licenciatura em Biologia da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Para tanto, busquei articular os campos de estudos de sexualidade e gênero, estudos sobre currículo e os estudos culturais pós-estruturalistas com aporte em teorizações foucaultianas, visando analisar como discursos acerca de sexualidade e gênero atravessam a proposta de Educação Sexual desse currículo. Para produção do material empírico, essa trajetória investigativa envolveu: exame de documentos, como o projeto político pedagógico e a matriz curricular do curso; grupos focais com sete licenciandos/as e/ou recém-licenciados/as em Biologia organizados em três encontros; realização de 14 entrevistas semiestruturadas com os sete participantes do grupo focal e mais sete formandos/as e/ou egressos do curso. A trajetória analítica foi norteada pela análise foucaultiana do discurso, que permitiu descrever os limites e as possibilidades da Educação Sexual incorporada nesse currículo. No primeiro capítulo analítico, questiono ‘o que a biologia tem a enunciar’ sobre sexualidade e gênero. Os ditos dos/as (futuros/as) biólogos/as anunciaram questionamentos, conflitualidades e contradições decorrentes de uma multiplicidade de discursos essencialistas, fundacionalistas e universalistas, que instituem binarismos e normatizações acerca dessas dimensões da vida. Entretanto, um incessante exercício de problematização e desconstrução desses discursos deixou marcas nesse currículo para além do que a Biologia costumava ‘enunciar’, principalmente ao reconhecer sexualidade e gênero como “constructos socioculturais”. Ao argumentar a Educação Sexual como um campo transdisciplinar que engloba discursos sobre sexualidade e gênero, a partir das enunciações dos/as participantes, discuti as (des)conexões entre abordagens biológico-higienistas e sociocultural, bem como problematizei as pedagogias culturais encenadas nesse currículo. Nesse cenário, destaquei os limites e as possibilidades para mudanças e ressignificações, visto que o currículo investigado sugeriu tanto conflitualidades quanto rasuras e deslocamentos decorrentes da problematização de “verdades absolutas” acerca das temáticas da Educação Sexual; principalmente por meio da inclusão das disciplinas Corpo, Gênero e Sexualidade (CGS) e Perspectivas culturais no Ensino de Biologia e Educação, que instigaram acionar um campo discursivo com múltiplas identidades e diferenças ecoantes além da Biologia. Conclusões contingentes e transitórias permitem sintetizar esse processo sociocultural e político ensaiado para uma ressignificação da Educação Sexual “além do biológico”, o que instiga múltiplos questionamentos e (des)aprendizados acerca dos regimes de verdade no campo da Biologia e distintos modos de produção e/ou manutenção de relações de poder que marcam sexualidade e gênero. |