Efeitos de diferentes volumes de treinamento combinado realizado em meio aquático sobre parâmetros de saúde em adultos com diabetes mellitus tipo 2 : um ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Bracht, Cláudia Gomes
Orientador(a): Kruel, Luiz Fernando Martins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/274041
Resumo: Contexto: O treinamento combinado (TC) tem se mostrado eficaz em melhorar parâmetros de saúde de pessoas com diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Apesar de haver um aumento crescente de investigações sobre esta temática na literatura, poucos estudos tem sido realizados em meio aquático, sendo que nenhum estudo comparou os efeitos do TC realizado em diferentes frequências semanais. Além disso, existe uma ampla variabilidade interindividual, com indivíduos classificados como responsivos (Rs) e não responsivos (NRs) ao exercício físico. Objetivo: A presente tese inclui três estudos. Dois se tratam sobre um ensaio clínico randomizado, cujos objetivos são: analisar os efeitos crônicos e a prevalência de responsividade individual de adultos com DM2 participantes de treinamento combinado em meio aquático realizado em duas (TC2) e três (TC3) sessões semanais sobre: 1) o controle glicêmico e demais variáveis cardiometabólicas; 2) a força muscular e mobilidade funcional. O terceiro estudo se trata de uma revisão sistemática com metanálise sobre os efeitos do TC no controle glicêmico de pacientes com DM2. Delineamento: Ensaio clínico randomizado, com duas intervenções em paralelo; revisão sistemática com metanálise. Métodos: Os dois primeiros estudos se tratam sobre um ensaio clínico randomizado, com uma amostra composta por 48 indivíduos com DM2, de ambos os sexos, com idade entre 40 e 65 anos, que foram randomizados entre os grupos TC2 (n=24) e TC3 (n=24). Os treinamentos tiveram a duração de 16 semanas com frequência semanal de duas e três sessões, respectivamente (de aproximadamente 50 minutos cada). Foram realizadas avaliações bioquímicas, de força muscular e de mobilidade funcional antes e após as 16 semanas de treinamento. Os dados crônicos foram analisados por-protocolo e por intenção de tratar. As análises das médias dos grupos foram realizadas utilizando-se equações de estimativas generalizadas, com post-hoc LSD, adotando-se um α de 0,05. Os indivíduos foram caracterizados como Rs, NRs ou responsivos adversos de acordo com o cálculo do erro típico. Os testes estatísticos foram realizados no programa estatístico SPSS vs 20.0. Para o terceiro estudo, foi realizada uma revisão sistemática com metanálise. As buscas foram realizadas em quatro bases de dados em junho de 2023. Foram adotados os seguintes critérios de elegibilidade: adultos com DM2; intervenção de treinamento combinado; avaliação pré e pós-treinamento dos níveis de hemoglobina glicada (HbA1c). Os resultados da meta-análise de efeitos aleatórios são apresentados como diferenças médias e intervalos de confiança de 95%. Resultados: As 16 semanas de TC2 e TC3 foram similarmente capazes de melhorar o perfil glicêmico (através dos níveis de hbA1c, insulina de jejum e índice HOMA-IR) de adultos com DM2, ao passo que somente os participantes do grupo TAC3 apresentaram melhora nos níveis de triglicerídeos e pressão arterial diastólica (PAD), analisados através das médias dos grupos. Os treinamentos também mostraram uma melhora similar nas médias para as variáveis de força muscular e mobilidade funcional. Na análise de responsividade individual, encontramos uma alta variabilidade nas respostas individuais ao treinamento, apresentando um alto % de NR nos dois grupos para todas as variáveis, de maneira similar entre os grupos, em que somente a variável de força resistente de membros inferiores (RMLMI) apresentou maior % de Rs no grupo TAC3. Assim, com exceção do desfecho RMLMI, nossos resultados demonstram que as diferentes frequências de treinamento (duas e três sessões) não se mostraram relacionadas à prevalência de NR para as variáveis cardiometabólicas, de força muscular e mobilidade funcional. Em relação à revisão sistemática com metanálise, dos 7314 artigos encontrados, 25 estudos foram elegíveis e incluídos na metanálise. Foi encontrado um efeito favorável do TC pós-intervenção, com redução na HbA1c (-0,68%). Conclusão: Os resultados referentes às intervenções de TC em meio aquático de 16 semanas mostraram que as diferentes estratégias (maior e menor frequência semanal) se mostraram similarmente eficazes em melhorar o controle glicêmico e aumentar a força muscular e mobilidade funcional de pacientes com DM2, ao passo que somente os participantes do grupo TAC3 apresentaram melhora dos níveis de triglicerídeos e PAD. Porém, devido à alta variabilidade nas respostas individuais ao treinamento, com alto % de NR, nossos resultados indicam que a análise de médias dos grupos pode não representar os resultados individuais de alguns pacientes. Assim, conclui-se as diferentes frequências de treinamento (duas e três sessões) não se mostraram relacionadas à prevalência de NR para a maioria das variáveis analisadas, portanto, parece que realizar o TC em meio aquático duas vezes na semana pode já ser benéfico para melhorar o controle do DM2, conferindo um treinamento tempo-eficiente. Adicionalmente, os resultados da revisão sistemática com metanálise mostraram que o TC pode ser considerado uma importante ferramenta não-farmacológica no tratamento do DM2, se mostrando efetivo em melhorar o controle glicêmico desta poulação.