Marcadores de inflamação e de dano neurocognitivo em idosos com apneia obstrutiva do sono

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Costa, Lauren Sezerá
Orientador(a): Moraes Filho, Ruy Silveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/252524
Resumo: INTRODUÇÃO: A apneia obstrutiva do sono (AOS) e o dano neurocognitivo podem ter mecanismos fisiopatológicos semelhantes, como hipóxia intermitente, estresse oxidativo, inflamação, hiperativação do sistema nervoso simpático e ativação do eixo hipotalâmico- pituitário-adrenal, reduzindo a neurogênese, a plasticidade sináptica e a cognição. Biomarcadores em idosos, como a proteína s100β, o fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), o fator de necrose tumoral alfa (TNF-α), o cortisol e as interleucinas (IL), estão associados ao dano neurocognitivo e inflamação. A associação entre esses biomarcadores ainda é pouco investigada em idosos com AOS. OBJETIVOS: Avaliar a associação entre marcadores de inflamação e de dano neurocognitivo com a presença de apneia obstrutiva do sono grave em idosos. MÉTODOS: Este estudo transversal incluiu participantes da coorte MEDIDAS, em andamento no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, que incluiu pacientes entre 65 e 80 anos, de ambos os sexos, fisicamente independentes e com diagnóstico de AOS, no período de maio de 2014 a maio de 2018. Os participantes foram divididos em dois grupos, de acordo com o seu índice de apneia-hipopneia (IAH) – sem AOS (IAH ≤ 5 eventos/hora) e AOS (IAH ≥30 eventos/hora). Todos os participantes responderam questionários para avaliar a cognição, o escore de sonolência diurna, a presença de depressão, a qualidade de vida e do sono. Foram coletadas alíquotas sanguíneas para análise de marcadores inflamatórios (cortisol, IL 1β, 6, 10 e TNF- α) e de dano neurocognitivo (BDNF e proteína s100β). Este estudo foi aprovado no Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital de Clínicas de Porto Alegre sob o número 2019-0529 e registro de protocolo no clinicaltrials.gov com número de identificação NCT04882020. RESULTADOS: Dos 274 idosos selecionados, de acordo com os critérios de exclusão, 38 idosos foram incluídos em cada grupo (IAH ≤ 5 e ≥30 eventos/hora). Ambos os grupos apresentaram idade média semelhante (71 ± 5,5 vs. 70 ± 4,8; p = 0,826) anos. No grupo com AOS, houve predominância de homens (63,4%), maior índice de massa corpórea (27,0±4,5 vs. 30,4±5,4) kg/m², maior qualidade de sono (13,0 [11,0-16,0] vs. 15,0 [13,0-18,0]; p = 0,032), menor escore de depressão (10 ± 8 vs. 7 ± 6; p = 0,039). Não houve diferença estatística entre os escores de qualidade de vida, sonolência excessiva diurna e função cognitiva entre os grupos. O grupo AOS apresentou maiores níveis séricos de TNF-α (20372 ± 1337 vs. 2567 ± 1851; p = 0,025), e associação direta entre os níveis séricos de TNF-α e o aumento de IAH (ρ = 0,292; p = 0,012). Em relação aos demais marcadores analisados, de s100β, BDNF, cortisol, IL-1 β, IL-6, IL-10, não houve diferença ou associação estatística entre os grupos. CONCLUSÃO: A presença de AOS não influenciou o comportamento de citocinas pró-inflamatórias de idosos saudáveis, à excessão do TNF- α que é habitualmente elevado pelo envelhecimento.