Interseccionalidade de raça, classe e gênero em experiências e estratégias de mulheres em situação de violências nas suas relações íntimas de afeto

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Costa, Luana Pereira
Orientador(a): Anjos, José Carlos Gomes dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/222922
Resumo: presente dissertação tem como tema a incidência da intersecção entre gênero, raça e classe nas experiências e nas estratégias de mulheres que sofrem ou sofreram violência de gênero em suas relações íntimas de afeto. A partir do conceito de interseccionalidade forjado por Kimberlé Crenshaw, objetivou-se identificar como as relações de gênero são configuradas em diferentes segmentos de raça e classe. Foram objetivos específicos da presente dissertação: (i) explorar como as relações de gênero são compostas por raça/cor e classe nas experiências das mulheres que vivem ou viveram situações de violência em suas relações íntimas de afeto; (ii) explorar como as relações de gênero são compostas por raça/cor e classe nas estratégias dentro e fora da rede de atendimento à mulher em situação de violência, visando romper o ciclo de violência; e (iii) analisar os dados encontrados a partir do conceito da interseccionalidade, a fim de desenvolvê-lo e preenchê-lo de conteúdo empírico. Para tanto, procedeu-se a uma investigação qualitativa, adotando-se a entrevista semiestruturada como técnica de coleta de dados. O grupo de amostra foi formado por mulheres que viveram e/ou vivem situações de violências de gênero em suas relações íntimas de afeto, de qualquer classe social, que tenham acessado ou não a serviços de acolhimento, desde que tais situações tenham ocorrido, no todo ou em parte, após a promulgação da Lei Maria da Penha (agosto de 2006), em Porto Alegre ou nas cidades da região metropolitana. A partir da estratégia da seleção gradual, os grupos de mulheres entrevistadas foram limitados quando atingida a saturação teórica. Os critérios para a escolha dos casos foram a busca de variação máxima, diversidade, tipicidade e conveniência. A análise de conteúdo foi a técnica adotada para interpretação dos dados empíricos, com o auxílio do “software” Nvivo. Os resultados encontrados sugerem que as violências de gênero de fato se reeditam conforme a classe e a raça/cor. Em primeiro lugar, raça e classe se intersectam na medida em que aquela influencia a posição em que mulheres brancas, pardas e pretas se encontram em relação a esta. Em segundo lugar, ainda que com posições socioeconômicas similares, os relatos de mulheres brancas, pretas e pardas se diferenciam, do que decorre que as experiências e as estratégias delas são influenciadas simultânea e reciprocamente por suas posições de classe e raça.