Pós-graduação : impactos, desafios e oportunidades sob a luz da equidade de gênero

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Roberta Peixoto Arêas da
Orientador(a): Barbosa, Marcia Cristina Bernardes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/215333
Resumo: O papel das mulheres nas sociedades contemporâneas tem sido amplamente discutido pela literatura especializada, particularmente, suas atribuições no sistema de produção. Estudos apontam que, apesar de cada vez mais inseridas no mercado de trabalho formal, a participação feminina equânime nos centros de tomada de decisão é impedida por mecanismos de exclusão horizontal e vertical. A presenças desses processos insidiosos foram identificados em diversos campos sociais, inclusive na produção do conhecimento, o campo científico. No Brasil, muitas pesquisas já abordaram o tema, no entanto, poucas observaram a evolução dessa dinâmica social em séries temporais longas e tenderam, em sua maioria, a refletir áreas do conhecimento específicas e, particularmente, focaram na esfera acadêmica do fazer ciência, não permitindo que uma exploração mais ampla e integrada do campo pudesse ser elaborada. Nesse cenário, o presente estudo teve como objetivo avaliar quantitativa e qualitativamente a presença das mulheres na ciência brasileira como um estudo de caso, observando a ocupação das posições iniciais, intermediárias e finais, da carreira científica, tanto na esfera acadêmica quanto na esfera de gestão. O período analisado variou de 15 a 103 anos, a depender da variável e da disponibilidade de dados estruturados e confiáveis. Respaldamos nossas avaliações sob a ótica de estrutura social, distribuição de poder e suas relações, segundo a proposta de Bourdieu, utilizando especialmente seus conceitos de espaço social, campo e capital. A metodologia adotada foi a Hermenêutica de Profundidade de Thompson, que contempla desde a análise histórica contextualizada à utilização de dados quantitativos rigorosamente obtidos e tratados. Tomamos como hipótese inicial de trabalho o entendimento de que, embora a participação feminina em diversas áreas, em particular nas áreas humanas e técnicas, tenha aumentado; no que diz respeito ao campo científico, enquanto um construto social, a androcentria é dominante principalmente nas esferas determinantes do poder. Contrastamos a análise do contexto histórico com mais de 4 milhões de observações oriundas dos bancos de dados do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG) e do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCTI), representados respectivamente pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Concluímos que a discriminação da intelligentsia é um processo misógino presente na Academia brasileira e que somente será desfeito através de alterações estruturais, pois, de acordo com nossos achados, a arquitetura atual tende a perpetuação.