Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Buchebuan, Terezinha de Oliveira |
Orientador(a): |
Campos, Heleniza Ávila |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/266311
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Resumo: |
Esta pesquisa se insere na linha dos estudos urbanos e tem como temática a produção do espaço urbano pelos e para os pobres em cidades médias. O estudo de caso se dá em Caxias do Sul, RS, que a exemplo das metrópoles, registra um crescimento industrial aliado ao aumento das migrações pelo trabalho e, ao surgimento de ocupações espontâneas, loteamentos irregulares ou clandestinos. Porém, não são somente os problemas urbanos que se agravam, os estigmas negativos rondam algumas dessas áreas, pela visão da sociedade local. O poder público responde com a criação de legislações que preveem remoções e empreende oferta de habitação popular nas periferias. Na luta por sobrevivência e permanência, alguns grupos sociais conformam territórios que resistem no espaço-tempo. Diante deste quadro, se coloca a questão: “Quais as representações acerca dos territórios populares em Caxias do Sul?” O objetivo geral é analisar as representações sobre a produção do espaço urbano, a partir da visão do Estado, pelo olhar dos técnicos municipais; cruzando-os com os olhares de lideranças e dos próprios moradores; incidentes sobre os territórios populares em Caxias do Sul, RS. O método é o indutivo e o recorte temático engloba a produção do espaço urbano popular, pelos grupos sociais excluídos e pelo Estado. O recorte temporal abarca a origem da Colônia Caxias, em 1875, até os dias atuais e, o geográfico, tem como limite os perímetros urbanos de cada tempo. A verificação empírica foi realizada em dois territórios de Caxias do Sul, o Euzébio Beltrão de Queiróz e o Monte Carmelo. A técnica de coleta de dados é exploratória, com pesquisa bibliográfica e documental, além de entrevistas semiestruturadas com técnicos municipais, conformando os “olhares de fora”, a visão do Estado. Os “olhares de dentro” foram apreendidos, nos dois territórios de estudo, a partir de grupos focais com lideranças e entrevistas individuais com moradores. O tratamento dos dados é de cunho qualitativo, com pesquisa explicativa, utilizando ferramentas da Análise de Conteúdo. O contraponto é dado pelo estudo de caso em Portugal, na Câmara Municipal da Amadora, o bairro do Alto da Cova da Moura. Do ponto de vista conceitual, há uma correlação dos conceitos filosóficos de Lefebvre: o espaço percebido, concebido e vivido; com a teoria de Território-Usado de Milton Santos. Os resultados são apresentados através de mapeamentos inéditos para Caxias do Sul, de linhas do tempo que correlacionam dados do Brasil e expõe um panorama geral da habitação popular em Caxias do Sul. Das análises e interpretações das entrevistas dos servidores foram gerados quadros e diagramas; e, no caso dos grupos focais e dos depoimentos dos moradores, foram elaborados ecomapas. Essa técnica pode ser uma boa aliada ao planejamento urbano, pois envolve dados da origem; transformação do espaço e do habitar; vínculos, fluxos e representações, internos e com a cidade; bem como os elementos envolvidos na constituição e valorização das identidades. A resistência foi possível porque a vida em comum gerou espaços sociais coesos e fortes, uma identificação grupal vinculada ao território e constituída pelas lutas e pela associatividade, aliadas à religião ou à cultura. As territorialidades populares do Beltrão e do Carmelo têm se reinventado e seguem resistindo no espaço-tempo. |