Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Jordano Netto, Rodolpho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://app.uff.br/riuff/handle/1/28071
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Resumo: |
O presente trabalho analisa as manifestações de 2013 até 2016 no Rio de Janeiro, tendo como foco as práticas espaciais insurgentes da tática black bloc, a partir de uma metodologia de pesquisa que tem como pressuposto a inserção no movimento estudado, a investigação/pesquisa militante. Os black blocs no Brasil ganham maior expressividade e maior numero de participantes junto as manifestações de 2013, frente ao aumento da repressão policial em relação as manifestações. Como vemos, em suas primeiras expressões, o black bloc no Rio de Janeiro tem com única preocupação defender os manifestantes das ações polícias, adotando formas performativas de ação contra os objetos do arranjo espacial capitalista que compõem a cidade só após algumas manifestações. Afim de entendermos as manifestações e as ações da tática black bloc e suas expressividade política e antipolíticas dentro do contexto urbano, fazemos uma breve discussão sobre o conceito de espaço público a partir do referencial teórico da produção do espaço urbano de base lefebvriana, questionando algumas indagações feitas por geógrafos e cientistas sociais sobre o espaço público como espaço da política e da democracia. Após esse primeiro momento, analisamos as manifestações em seu corpo geral, os conflitos internos entre seus diversos coletivos, partidos e sujeitos que as compunham assim como as territorialidades e nanofronteiras geradas por esses conflitos. Em um segundo momento, analisamos, a partir de uma breve discussão sobre tática e estratégia como categorias advindas do conceito de práticas espaciais, as ações da Polícia Militar do Rio de Janeiro e seu Batalhão de Choque, tendo como foco suas relações de conflito com a manifestações e os aprimoramento de estratégias de contenção de distúrbios civis após as primeiras manifestações de 2013 e seus aprimoramentos até 2016. Após essas discussões adentramos nas táticas espaciais insurgentes dos black blocs, analisando suas expressões políticas e antipolíticas, suas performatividades e territorialidades antes e após o conflito com a polícia militar. Vemos que a tática desses últimos tem uma relação direta com as categorias de ação direta, desobediência civis e revolta, categorias que fazem parte do dicionário anarquista desde do século XIX. Além disso, analisamos as especificidades da tática no Rio de Janeiro e seu poder de agregar novos indivíduos após o conflito com a polícia militar, assim como sua efetividade política e simbólica ou político-simbólica para além das manifestações. Conseguimos com isso, ver que suas performatividades agregaram novos sujeitos a prática políticas e antipolíticas para além das manifestações. Suas ações não fazem com que a manifestação em geral permaneça após o conflito com a polícia, mas, permite que alguns manifestantes saiam do território do conflito em segurança. Apesar o discurso de alguns pesquisadores e dos próprios black blocs falarem de ações não violentas, em nossas entrevistas vimos que os manifestantes que não participam das ações consideram que suas performatividades são violentas, porém necessárias em alguns contextos. Como analisamos, suas ações vão além do conteúdo político simbólico e acabam indiretamente atingindo a economia. |