Substâncias que interferem nos hábitos alimentares e na saúde humana : sentidos e significados socioculturais no contexto escolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Bernard, Aline
Orientador(a): Boff, Eva Teresinha de Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/236276
Resumo: As discussões sobre o consumo de substâncias que interferem na vida escolar de estudantes de educação básica, em especial quanto aos hábitos alimentares e à saúde humana, são importantes, pois é nessa fase do desenvolvimento humano que se pressupõe a passagem de uma situação de dependência infantil para uma maior autonomia social. O objetivo da pesquisa foi investigar as implicações na vida escolar, nos hábitos alimentares e na saúde humana de estudantes de educação básica ocasionadas pelo consumo de substâncias alimentares e/ou psicoativas, considerando o seu meio sociocultural. Entende-se que as substâncias alimentares podem promover fatores positivos ou negativos dependendo do tipo de alimento e as respectivas quantidades consumidas. Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa e qualitativa com delineamento descritivo e transversal. Foi desenvolvida em Escolas Municipais e Estaduais de Educação Básica do município de Panambi no interior do Rio Grande do Sul. Os sujeitos da pesquisa foram estudantes dos anos finais do Ensino Fundamental e professores. Os dados foram produzidos por meio da análise de artigos científicos, questionários e encontros formativos. A parte qualitativa foi analisada com base nos argumentos de Moraes e Galiazzi (2016) sobre a análise textual discursiva (ATD). Para os dados quantitativos foi realizada análise estatística descritiva e influencial usando o software SPSS. Percebemos diversas influências dos comportamentos e aprendizagens escolares relacionadas ao contexto de vida dos estudantes, tais como questões: sociais, ambientais, culturais e econômicos. No estudo buscamos aprofundar a investigação no campo da Saúde e da Educação, considerando, ainda, abordagens sociais, socioantropológicas e socioculturais. Defendemos a importância de articular a promoção da saúde na escola com uma perspectiva de proposta curricular que considere a vivência e a fase de vida dos alunos. Abordamos estudos sobre a necessidade de compreensão da multidimensionalidade do comportamento alimentar, considerando-o complexo, pois envolve aspectos socioculturais, subjetivos e individuais, conscientes e inconscientes sobre a alimentação e a nutrição. Trouxemos reflexões a partir dos argumentos de Edgar Morin e Pierre Bourdieu. O processo de análise das produções bibliográficas, fez compreender uma parcela dos conhecimentos produzidos e validados sobre as implicações do comportamento de adolescentes com o uso de substâncias alimentares e/ou psicoativas e a influência na saúde, nos hábitos alimentares e nos significados socioculturais no contexto escolar. Identificamos a significância com p<0,05 sobre o desempenho escolar dos estudantes ao associarmos a dificuldade de concentração, dormir mal, quantidade de comida em casa e a escolaridade da mãe. Além disso, observamos que o maior consumo de açúcar branco, bebidas adoçadas, panificados e baixo consumo de frutas podem estar relacionados à interferência negativa no desempenho escolar. Em relação às substâncias psicoativas, o estudo mostra que o consumo de energéticos, bebida alcoólica com energético e drogas pode estar associado ao pior desempenho escolar. Identificamos algumas relações sobre as escolhas alimentares e o uso de substâncias psicoativas conforme a renda dos estudantes, como a menor quantidade de comida em casa, que se mostrou relacionada com a baixa renda das famílias. O baixo consumo de alimentos ultraprocessados, associado a uma maior frequência no consumo de frutas e saladas mostrou-se relacioado à renda familiar superior a quatro salários mínimos. Na pesquisa percebemos que a alimentação, a nutrição e o consumo de substâncias psicoativas têm relação direta com as condições do ambiente em que os estudantes vivem, pois os diferentes conhecimentos e saberes, os aspectos históricos, ambientais e socioculturais em que os sujeitos estão inseridos, são fundamentais para compreender as implicações de substâncias alimentares e/ou psicoativas na vida escolar.