Efeito do resveratrol em astrócitos : uma abordagem sobre parâmetros gliais específicos em cultura e em fatias hipocampais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Almeida, Lúcia Maria Vieira de
Orientador(a): Goncalves, Carlos Alberto Saraiva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/11105
Resumo: O resveratrol (3,5,4’-trihydroxy-trans-stilbene) é um polifenol encontrado nas uvas e no vinho tinto, que possui propriedades antioxidantes, antiinflamatórias, bem como cardioprotetoras. Recentemente, cada vez mais estudos sugerem que o resveratrol possa exercer um papel significativo; regulando funções importantes no SNC, especialmente sob condições patológicas. Assim, neste estudo nós investigamos o papel neuroprotetor do resveratrol através de um efeito modulatório sobre parâmetros gliais em cultura primária de astrócitos corticais e em um modelo de fatias hipocampais. Os astrócitos são as células mais abundantes constituintes do SNC e uma de suas funções consiste em exercer um papel protetor contra o estresse oxidativo. Nós observamos que o tratamento com resveratrol por 24 h foi capaz de aumentar a captação de glutamato, o conteúdo de glutationa e secreção de S100B em cultura de astrócitos corticais. Além disso, a pré-incubação com resveratrol confirmou seu potencial não só como antioxidante, mas também modulando as funções gliais mesmo após um insulto oxidativo com 0,1 mM de H₂O₂. Observamos que o resveratrol impediu o aumento das espécies reativas de oxigênio após uma injúria com H₂O₂ e evitou a diminuição da captação de glutamato e do conteúdo de glutationa. Enquanto que a secreção de S100B, 1 h após o dano com H₂O₂, apresentou um aumento transitório que foi revertido pela presença de resveratrol. O oposto ocorreu 24 h após o insulto, quando o H₂O₂ levou a uma diminuição na secreção de S100B, enquanto que na presença do resveratrol foi observado um aumento da proteína no meio extracelular. Um perfil semelhante foi encontrado em fatias hipocampais tratadas com resveratrol após um insulto com 0,1 e 1 mM de H₂O₂. Apesar do resveratrol não ter revertido a diminuição dos níveis extracelulares de lactato e a redução da viabilidade celular induzidos por 1 mM de H₂O₂, o polifenol preveniu o aumento da permeabilidade da membrana observada. O resveratrol também impediu a diminuição do conteúdo de glutationa após a exposição ao H₂O₂. Ainda, a ativação da ERK1/2 provocada por 1 mM de H₂O₂ foi completamente prevenida pelo resveratrol. Entretanto, o resveratrol evitou a diminuição na captação de glutamato apenas após o insulto com 0,1 mM de H₂O₂. Embora os mecanismos através dos quais o resveratrol exerce seus efeitos ainda não estejam completamente esclarecidos, podemos propor que o polifenol apresenta um papel protetor contra injúrias no SNC por modular funções gliais.