Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Silva, Amanda da |
Orientador(a): |
Quincozes-Santos, André |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/219123
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Resumo: |
O hipocampo é uma estrutura cerebral crucial para os processos de aprendizado e memória, e alterações na funcionalidade de células hipocampais podem estar associadas ao desenvolvimento de transtornos neuropsiquiátricos. Neste sentido, os astrócitos são células gliais responsáveis pela captação de glutamato, sendo este neurotransmissor associado aos processos cognitivos e mecanismos patobioquímicos de doenças neurológicas. Além disso, os astrócitos são responsáveis pelo suporte metabólico, manutenção da homeostase iônica, modulação da neurotransmissão sináptica, manutenção da barreira hematoencefálica, defesa antioxidante e resposta inflamatória. Antipsicóticos são fármacos utilizados para o tratamento de transtornos neuropsiquiátricos e podem modular importantes funções astrocitárias por mecanismos ainda pouco esclarecidos. Estes fármacos são classificados em típicos, como por exemplo, haloperidol, clorpromazina e flufenazina; e atípicos como a risperidona, clozapina e quetiapina, em função dos receptores cerebrais onde atuam. Estudos anteriores do nosso grupo, mostraram que estes antipsicóticos modulam parâmetros gliais em células C6. Neste sentido, fatias agudas de hipocampo podem ser utilizadas para o entendimento de mecanismos de forma integrada entre as células neurais. Além disso, o papel dos astrócitos de forma isolada pode ser avaliado a partir da utilização da cultura de astrócitos. Assim, este trabalho avaliou o efeito dos antipsicóticos risperidona e haloperidol em fatias agudas hipocampais e em cultura de astrócitos de ratos Wistar de 30 dias para melhor compreender os mecanismos de ação dos antipsicóticos sobre parâmetros neuroquímicos, celulares e moleculares. Foram realizados experimentos de viabilidade celular, parâmetros metabólicos, avaliação do metabolismo glutamatérgico, atividade da Na+K+-ATPase, liberação de fatores tróficos, perfil inflamatório e mecanismos associados à funcionalidade glial. Os fármacos não alteraram a viabilidade celular tanto em fatias quanto em culturas, no entanto, houve alteração no metabolismo da glicose e lactato pelo haloperidol. Os antipsicóticos também modularam a liberação de fatores tróficos, como BDNF, GDNF e TGF-β, e os níveis das citocinas pró- e anti-inflamatórias, como IL-1β, TNF-α, IL-6 e IL-10. Mecanismos de sinalização também foram avaliados e observamos que os fármacos são capazes de modular vias como AMPK, Nrf2, HO-1 e NF-kB, bem como os receptores de adenosina A2a. Nossos resultados indicam que o haloperidol parece desencadear um processo pró-inflamatório, com alterações no metabolismo energético e envolvimento de vias de sinalização citoprotetoras, enquanto a risperidona parece exercer um efeito anti-inflamatório relacionado às mesmas vias de sinalização. É importante destacar que a cultura de astrócitos hipocampais refletiu resultados observados em fatias. Dessa forma, concluímos que os antipsicóticos risperidona e haloperidol modulam diferentemente parâmetros neuroquímicos, celulares e moleculares, particularmente relacionados aos astrócitos. Tais ações podem estar associadas aos efeitos positivos e negativos destes fármacos, podendo futuramente ser levadas em consideração para a escolha do esquema terapêutico adotado em transtornos neuropsiquiátricos. |