Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Rocha, Amanda Corrêa |
Orientador(a): |
Maurente, Vanessa Soares |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/252015
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Resumo: |
Dado o cenário atual de pandemia em decorrência do vírus Sars-CoV-2, o novo coronavírus, e o governo conservador e de extrema direita eleito em 2018, foi necessário atualizar a forma como nos relacionamos e vivemos em sociedade. Uma das medidas adotadas como prevenção de contágio do coronavírus foi o distanciamento social, levando diversas pessoas a retornarem ao ambiente doméstico. Outros, entretanto, continuaram trabalhando, com um grande risco de exposição ao vírus. Situações como a precarização do trabalho, desemprego, solidão, dificuldade de acesso a serviços de saúde e aumento da violência de gênero e doméstica foram-se acumulando e foi preciso encontrar formas de acolhimento e redes de apoio. As redes sociais pareceram ser um espaço muito potente para esse encontro, em que diversas mulheres passaram a ocupar esse território para contar suas histórias e de outras e também buscar formas de resistir em tempos tão sombrios. As escritas de mulheres que seguem essa linha são aqui entendidas como escritas feministas, por serem constituídas de forma posicionada e política. Assim, a partir da indagação “como as escritas feministas em redes sociais se atualizam em processos de resistência?” Esse trabalho objetiva cartografar escritas feministas em redes sociais no Brasil considerando o contexto político e pandêmico em que vivemos; bem como analisar como essas escritas resistem em redes sociais de forma a desestabilizar modos de agir, pensar e viver. Como metodologia, optou-se por seguir uma ética cartográfica, a fim de habitar os territórios das redes sociais a partir dos planos dos afetos junto à escrita de um diário íntimo de campo. Além disso, a dissertação se orienta a partir de epistemologias feministas e decoloniais e utilizou como paradigmas os conceitos de interseccionalidade (COLLINS, 2017), diferença (BRAH, 2006) e essencialismo estratégico (SPIVAK, 1996). Assim, procurou-se fazer uma coleta de escritas feministas nas redes sociais por mulheres que foram aqui intituladas como Escritoras do Fim do Mundo. Nessas escritas, temas da atualidade, situações que vinham acontecendo no Brasil e no mundo - como o silenciamento, o genocídio da população indígena e preta, as pressões estéticas - eram abordadas a partir de um viés interseccional. Percebeu-se, nessas escritas, relatos, testemunhos e depoimentos a potência de contar e narrar histórias nesses ambientes, visto que assim possibilitam novas formas de atualizar processos de resistência. Além disso, também se observou a influência da governamentalidade algorítmica no ativismo das redes sociais. É preciso que as mulheres, a partir de uma escrita ético-política feminista, ocupem os espaços necessários e estratégicos para que sejam escutadas e subvertam, assim, os discursos ocidentais de histórias voltadas para um mito falocêntrico (HARAWAY, 2019). Nesse sentido, aponta-se, além da importância de se contar histórias e transmiti-las para outras mulheres, também a relevância da formação de parentescos com espécies companheiras (HARAWAY, 2016b), para romper as fronteiras entre o humano e o não-humano e habitar futuros possíveis em que o planeta possa se reconstituir dos danos causados nos últimos tempos. |