Feminismos e Regionalidades : teias etnomusicológicas entre trajetórias de mulheres musicistas no Rio Grande do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Lemos, Ana Clara Gleich Matielo
Orientador(a): Lucas, Maria Elizabeth da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/285292
Resumo: Esta é uma pesquisa etnomusicológica sobre as práticas e trajetórias sonoro-musicais de mulheres no estado do Rio Grande do Sul, a partir de etnografia realizada em dois grupos: O Peitaço da Composição Regional (Júlio de Castilhos, RS) e o Encontro Nacional e Internacional de Mulheres na Roda de Samba (Porto Alegre, RS). Integro uma teia vasta de mulheres musicistas, das quais selecionei uma amostragem (Burgess, 1997; Becker, 2007) e com as quais realizei entrevistas aprofundadas, aprendendo sobre suas trajetórias individuais e coletivas, redes de relações e práticas sonoro-musicais cotidianas, que elencaram diferentes relações com feminismos, território e articulações comunitárias. Adentro um emaranhado de significações culturais, sonoras, políticas e simbólicas e atuo com fluidez entre os papeis de musicista e pesquisadora, o que proporcionou dimensões sobrepostas dessas teias de movimentos (Alvarez, 2000). Relaciono etnografia da música (Barz & Cooley, 2008; Seeger, 2008; Cohen, 1993), etnomusicologia feminista (Koskoff, 2014; Glahn, 2013), feminismos negros e latino-americanos (Carneiro, 2023; Lugones, 2014; hooks, 1984; Alvarez 2014; González, 2020) e estudos da sociologia do indivíduo (Bourdieu, 2001; Lahire, 2004) para transcorrer essa teia de movimentações políticas (Alvarez, 2000) num processo etnográfico multissituado (Marcus, 1995). Alguns dos pontos que podem ser ressaltados na experiência deste campo são as fricções entre feminismos brancos e negros; as relações intrafamilares e de amizade como definidoras de caminhos musicais femininos; a violência de gênero interna e externa a grupos musicais; a ocupação sonoro-musical como demarcação política; a criação de grupos exclusivos de mulheres como espaços de cuidado, acolhimento e desenvolvimento musical, e articulação política e representativa das manifestações musicais comunitárias.